Beatriz, a guarulhense que vem se destacando no BBB24, ganhou destaque nacional ao entrar no reality show a partir de suas performances como divulgadora na Feirinha da Madrugada, no Brás, em São Paulo. Estudante de Teatro e modelo, a guarulhense, que já se safou de um paredão, é a primeira pipoca a atingir mais de 2 milhões de seguidores no Instagram. Nesta semana, recebeu o apoio público da cantora Anitta.
A mãe de Bia, como está sendo chamada, Aricelina Reis, contou à revista Globo Rural, como foi a infância a filha, que já conquistava clientes com seu jeito despojado em feiras de Guarulhos. Para ela, o “jeitinho único” da filha era o trunfo da família: “fazia fechar as contas”.
O morango, emoji escolhido para representar a sua torcida do BBB 24 nas redes, conta um pouco dessa história. Há três anos, com o pai e o irmão atuando em outras áreas, Bia e a mãe, que não tinham carro, precisavam de algo pequeno, leve e prático para conseguir buscar as frutas na Ceasa, no Parque Dom Pedro, em São Paulo, de ônibus. No início, por ser um alimento delicado, a dupla teve dificuldade — e vários dias com saldo negativo no final. Mas assim que aprenderam os cuidados e a quantidade que deveriam comprar, as coisas começaram a dar certo.
“Perdemos muito no começo, mas a Bia não desistiu e me incentivou. Na pandemia, que foi o momento mais difícil, foi o morango que conseguiu fechar as contas, por isso significa tanto para gente. É um sentimento de gratidão mesmo”, afirma.
Raízes na roça
Ao contrário dos filhos, que nasceram em Guarulhos, Aricelina foi criada no chão de terra, no sítio do pai, no interior da Bahia. A propriedade era pequena, mas o suficiente para alimentar a família e realizar algumas vendas na região.
“Eu trabalhava lá. Tinha gado de leite e plantação de milho, feijão, licuri, fruta típica do Cerrado que a gente quebrava e polia para vender. Fazíamos farinha de mandioca também, para ajudar na renda”, conta.
A mudança para São Paulo aconteceu há 39 anos, logo após o seu casamento, quando tinha 19. Depois de oito anos sem visitar os parentes, no ano passado, a mãe viajou na companhia das filhas para a cidade natal. “As condições financeiras dificultam, mas a saudade era grande. Era mais fácil ir quando eles eram pequenos. Fui muito com eles na Bahia, eles adoravam as vacas, tirar leite, brincar na terra do sítio do meu irmão. Mas quando não dá para ir, a gente se contenta com as fotos mesmo.”