A série Bebê Rena, da Netflix, que é inspirada na história real da vida do criador e intérprete do personagem principal (Donny), Richard Gadd, virou a queridinha dos fãs no Brasil. Mas, ao contrário do que muitos espectadores pensam, a Martha da "vida real" não foi condenada por perseguição.
Fiona Harvey, que se identificou como a "Martha" pouco após o lançamento da série, somente foi sujeitada a ordens judiciais relacionadas às suas interações com Richard Gadd, segundo o portal norte-americano Deadline.
A admissão deste detalhe sobre Fiona é o centro de um processo judicial movido por ela contra a rede de streaming em junho, por difamação, violência emocional, violação de direitos e negligência. Harvey, que é advogada, exige da plataforma "no mínimo" 170 milhões de dólares (cerca de R$ 962 milhões na cotação atual). Leia mais sobre o processo de Fiona Harvey contra a Netflix aqui.
O comitê de Cultura, Mídia e Esporte do Parlamento Britânico, responsável pelo processo, admitiu que Fiona não possui condenações por perseguição após as provas apresentadas pela Netflix no processo por difamação terem sido questionadas por um legislador no início de 2024.
Em maio, o diretor de relações públicas da Netflix no Reino Unido, Benjamin King, apresentou ao comitê a justificativa de que a série Bebê Rena apresenta apenas "a história verdadeira dos terríveis abusos" sofridos por Gadd "nas mãos de uma stalker terrível".
O comitê requisitou provas das alegações de King, ao que o diretor mais tarde esclareceu em uma carta enviada aos responsáveis pelo caso que: "Nosso conhecimento da Netflix é o de que a pessoa na qual a série é baseada, que de nenhuma forma procuramos identificar, esteve sujeita apenas a uma ordem judicial e não a uma condenação".
Richard Gadd também submeteu uma carta ao comitê responsável em que argumenta que "Harvey não é Martha": "Como todos os personagens da série, Martha é um personagem ficcional com uma personalidade ficcional que se diferencia muito da de Harvey".
Por fim, os advogados da Netflix, Latham & Watkins, explicam que as acusações de Harvey falham porque "nenhuma das declarações alegadas pode constituir uma base legal para a difamação".