Esportes

Beckenbauer nega pagamento de suborno para Alemanha sediar a Copa de 2006

O ex-jogador alemão Franz Beckenbauer afirmou, neste domingo, que nunca pagou suborno ou comprou votos em 2000 para que a Alemanha conquistasse o direito de organizar a Copa do Mundo de 2006, negando as acusações levantadas pela revista alemã Der Spiegel.

“Nunca entreguei dinheiro a ninguém para adquirir os votos com os quais a Alemanha foi eleita sede do Mundial de 2006”, afirmou Beckenbauer, que encabeçou a comissão da candidatura, em comunicado. “E estou certo de que nenhum membro do comitê o fez.”

Campeão do mundo como jogador, em 1974, e como treinador em 1990, Beckenbauer responde às acusações publicadas pelo Der Spiegel na última sexta-feira. De acordo com o periódico, houve mais de US$ 6 milhões em suborno envolvidos para conquistar os votos de quatro representantes asiáticos no comitê executivo da Fifa, que conta com 24 membros.

No sábado, Wolfgang Niersbach, presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), já havia se manifestado e negado as acusações. “O Mundial não foi comprado”, comentou sobre a eleição vencida pelo seu país por 12 a 11 contra a candidatura da África do Sul.

Segundo as denúncias, Beckenbauer e outros funcionários de alto escalão na DFB estavam cientes do esquema ilícito. Um “Caixa 2” teria sido criado pelo comitê de candidatura com dinheiro da Adidas para distribuir dinheiro aos executivos da Fifa que elegeriam a sede da Copa 2006.

A suspeita apareceu quando 6,7 milhões de euros foram transferidos para uma conta da Fifa em Genebra, antes de seguir para a conta do empresário Robert Louis-Dreyfus. Oficialmente, os recursos iriam para “eventos culturais”. Mas essas atividades foram canceladas, sem explicações.

CORRUPÇÃO NA FIFA – Desde a eclosão da crise na Fifa em maio, as Copas de 1994, 1998, 2002, 2010, 2018 e 2022 estão sob suspeita. O FBI indicou em seu indiciamento de diversos cartolas como votos foram comprados para sediar o maior evento do mundo. Na Suíça, o Ministério Público também investiga os casos, principalmente a eleição realizada em 2010 e que escolheu a Rússia e o Catar para receber os dois próximos Mundiais.

Agora, a suspeita é de que uma conta paralela com cerca de US$ 10 milhões foi estabelecida e alimentada por Robert Louis-Dreyfus, ex-CEO da Adidas. Os recursos teriam sido usados para comprar quatro votos da Ásia, entre os 24 eleitores da Fifa. Em 2000, a eleição terminou com 12 votos para a Alemanha, contra 11 para a África do Sul. Na ocasião, a abstenção do cartola da Nova Zelândia, Charles Dempsey, criou uma ampla polêmica, já que garantiu a vitória dos europeus.

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