Não é necessário dominar conhecimento específico da área de Linguística para se ter consciência da importância das palavras. Com palavras bem ou mal usadas se ganham ou se perdem amizades e negócios.
Além de uma consciência disto, todos temos também amor por palavras. Mesmo que sejam somente por aquelas com as quais designamos pessoas, cidades e coisas amadas.
Mas, existe outro tipo de amor por elas. A de quem consegue descobrir belezas contidas no modo como elas se articulam. Isto, por exemplo, pode acontecer com um falante de Mandarim exposto às surpreendentes e poéticas formulações com que, naquele dialeto do Chinês, se designam experiências estéticas.
Nele, algo que propicie a sensação do belo se expressa verbalmente pela junção das palavras “bom” e “ver”. “Rao kan”. E algo que imponha a sensação do feio, com a mesma formulação, porém antecedida da negação “pu”. “Bonito”, portanto, corresponde a “o que é bom para ver”. E feio a “o que não é bom para ver”.
Contudo, independentemente do que signifiquem, há palavras carregadas de beleza. Como, em Português, o sinônimo de “bordel” que tem uma sequência de sons contrastantes – fechado e abertos. “Lupanar”. E o sinônimo de “maldição” cuja repetição dos sons de vogais abertas parece luminosa. “Anátema”.
Essas sutilezas sonoras das palavras ganham uma intensidade especial em Inglês. O ouvido sensível capta, por exemplo, sons inesperados na tradução de um verbo simples como “ir”. “To go”. Porque o “to” não é exatamente o nosso “tu”, mas algo que começa com um som próximo de “che”, em “Che Guevara”. “Chu”.
Felizmente, a rica sonoridade do Inglês pode agora ser apreciada por quem estuda a língua através de um tipo de acompanhamento individualizado, sonho de todo aprendiz. O privilégio foi criado pelo avanço tecnológico que levou ao surgimento de uma caneta capaz de ler no livro didático de Inglês, quantas vezes o aluno quiser e com o volume de som controlado por ele, a palavra ou a frase cuja sonoridade, mais rica, requisite audição atenta.
A caneta se chama “wizpen”. É de uso exclusivo dos cursos Wizard, cuja rede de ensino chegou à Amazônia. Onde, por sinal, se instalou numa das mais belas casas de Belém, anteriormente usada pelo consulado norte-americano, perto do Teatro da Paz, ícone arquitetônico da Belle Èpoque amazônida.
Bendita tecnologia.