Hoje em dia, as crianças são muito inteligentes e parece que já nascem sabendo. Na minha época, era totalmente diferente. E, no meu caso, mais diferente ainda porque só fui me alfabetizar já adulto, no Mobral.
Aprender a ler e a escrever já na fase adulta fez aumentar minha admiração pelas pessoas cultas e pelos livros. Por isso, peço licença para hoje, nesta coluna, falar de um livro e sugerir a sua leitura. Trata-se do “O que é participação política”, já na 17ª reimpressão, escrito pelo professor e jurista Dalmo de Abreu Dallari.
O livro, em formato de bolso e com apenas 100 páginas, é simplesmente cativante. O professor Dallari, que teve grande atuação na luta pela redemocratização, escreve com simplicidade, clareza e, principalmente, convicção. Ou seja, ele nos convence de sua ideia, abre nossa mente e indica caminhos de atuação.
O professor Dallari eu já conhecia de nome. Mas seu livro chegou às minhas mãos só agora, como material de apoio no Seminário de Avaliação e Planejamento, da diretoria e assessorias do Sindicato, em meados de fevereiro. Chegou e ficou, pois tem sido uma frequente fonte de leitura e consultas.
Aliás, o índice do livro, em dez tópicos, já é um roteiro de educação política. Veja: – O que é política? – O homem, animal político; – Problemas políticos, problemas de todos; – A necessidade de tomar decisões; – Direito de participação política; – Dever de participação política; – Formas de participação política; – Todos são políticos; Desinteresse político: a quem interessa? – Participação política, promoção humana e justiça social.
Como disse, fui alfabetizado adulto, tendo, portanto, passado preciosos anos de minha vida longe dos livros e do saber que eles nos proporcionam. Por isso, quando um livro como este cai nas minhas mãos, me sinto no dever de compartilhar e divulgar a obra para o maior número de pessoas.
Não tive a honra de conhecer pessoalmente o jurista e professor Dalmo Dallari. Mas sou feliz por termos lutado juntos no movimento pelo fim da ditadura e restabelecimento da democracia
Trecho – “Existe uma atividade política autêntica, necessária, voltada para o bem comum. Essa atividade tem alto valor moral, porque se inspira na solidariedade humana e na consciência de que todos os seres humanos são responsáveis pela defesa e promoção da dignidade humana.”
Eu pergunto: quem, em são consciência, ousaria ficar contra esse conceito?
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região