O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que o Estado não realiza patrulhamento dentro de estações da Supervia, apenas no entorno delas. “Nunca teve patrulhamento em estação de metrô nem de trens”, disse ele. A declaração de Beltrame contraria a informação da Supervia de que o Estado é responsável pela segurança dentro das estações e vagões e atua dentro das dependências da concessionária por meio do Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer). Beltrame comentou o esfaqueamento sofrido pelo estudante Pedro Arthur Britto Santa Cruz, de 18 anos, dentro de um trem da SuperVia no último sábado, 30.
“O que o Estado faz são patrulhamento fora das bases da SuperVia. O que se pode fazer são os convênios que a gente faz do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis). A solução disso (do episódio de esfaqueamento) é prender e buscar a solução (do crime). A segurança pública tem que fazer a segurança do cidadão em lugares públicos. Nunca teve policiamento em estação do metrô nem dentro de trens”, afirmou o secretário.
A SuperVia, por outro lado, costuma informar que os agentes do GPFer atuam dentro de estações e vagões. “A concessionária esclarece que a segurança pública no sistema ferroviário é atividade típica e exclusiva do Governo do Estado, que atua nas estações e trens por meio do GPFer (Grupamento de Policiamento Ferroviário). Esta é uma das determinações do contrato de concessão. A Secretaria Estadual de Segurança Pública tem auxiliado no reforço das rondas ao longo do sistema”, informou a concessionária no último sábado, quando questionada sobre o esfaqueamento do estudante.
Após um arrastão no dia 5 de março, a concessionária disse, em nota, que policiais militares realizavam patrulhamento dentro da Estação de trem de Madureira – o que segundo o secretário, não é feito – quando foram acionados diante da informação de um assalto em um trem em Bento Ribeiro. “Os policiais do GPFer operam diretamente na malha ferroviária e as outras unidades são empregadas no entorno das estações”, afirmou a SuperVia à época. Nesta terça-feira, 2, a Supervia informou inclusive que, em acordo com a PM, o efetivo do GPFer foi aumentado de 50 para 90 policiais.
Sanção
Já o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, depois de lembrar o caso do esfaqueamento do estudante durante cerimônia de entrega de sedes definitivas de sete Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), na comunidade Chapéu Mangueira, em Copacabana, afirmou que vai sancionar “imediatamente” o projeto de lei, votado nesta terça-feira, que criminaliza o porte de armas brancas, como facas, no Estado. “É uma discussão que a gente vem pedindo para as casas legislativas desde o ano passado”, destacou.
Nesta manhã, foi preso na casa da avó em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Michael Douglas Gonçalves da Silva, de 19 anos. Segundo a Polícia Civil, ele roubou e esfaqueou Pedro Arthur Britto Santa Cruz. Contra ele, foi cumprido um mandado de prisão temporária por tentativa de latrocínio. A prisão do suspeito havia sido decretada após solicitação da 24ª Delegacia de Polícia (Piedade) junto ao plantão Judiciário.
Já o estudante recebeu alta médica nesta terça-feira. Ele estava internado no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, zona norte, e passou por cirurgia. Segundo a família, Pedro pode ficar com sequelas motoras. Ele levou três facadas no ombro e no braço esquerdo e está sem sensibilidade em três dedos da mão.