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Benedito Braga diz que estão sob estudo todas as alternativas para o racionamento

O secretário estadual de Recursos Hídricos, Benedito Braga, foi o primeiro a falar após a reunião feita na manhã desta quarta-feira, 28, com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e com outros gestores da região metropolitana. Braga tentou passar uma mensagem de tranquilidade após a fala de ontem do diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, que mencionou a possibilidade de um rodízio no fornecimento de cinco dias sem água para dois com abastecimento.

Segundo o secretário, “todas as alternativas” de racionamento estão em estudo, mas nada será feito sem a devida comunicação aos prefeitos e à população.

“Se isso (o rodízio) vier a acontecer, todo mundo será informado com a devida antecedência. Não é da noite para o dia. A situação é difícil, sem dúvida nenhuma, mas não há necessidade para ficar em desespero”, disse Braga aos jornalistas. Sobre a probabilidade de haver o racionamento, Braga disse que a previsão meteorológica hoje “é difícil” e que será necessário aguardar pelas chuvas de fevereiro para saber qual medida será necessária.

Ele afirmou que as alternativas estão sendo estudadas e que, em caso de rodízio, pequenas obras serão necessárias, sem contudo detalhar quais são. O secretário disse também que serão analisadas formas de não comprometer o fornecimento a locais com escolas, hospitais e presídios.

Questionado por que só agora o racionamento de água está sendo discutido, Braga disse que o governo e a Sabesp vêm “tomando medidas adaptativamente” e alegou que ninguém previa que esse verão teria tão baixo índice de chuvas, com uma crise “do tamanho” que aconteceu neste janeiro.

“Nenhum meteorologista previa, de novo em janeiro, uma situação de chuvas de 20% da média (histórica para o mês). É uma situação muito complicada e, agora, temos que adotar todas as medidas que estão a nosso alcance e são aquelas que os prefeitos vão tomar”, disse.

Braga aproveitou para mencionar o pedido do governo estadual para que prefeituras aprovem a minuta de lei municipal enviada pelo Estado para multar desperdícios como usar água tratada para lavar carros e calçadas.

Apesar de Braga ter afirmado que houve um consenso na conversa com os prefeitos em torno dessa e outras medidas das prefeituras para economizar água, pessoas que participaram do encontro disseram ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que a maioria dos prefeitos não se colocou favoravelmente ao projeto de multa municipal e reclamou da intenção de colocar a responsabilidade pela crise nos municípios.

O próprio Haddad falou nessa direção, na coletiva após as declarações de Braga. Apesar não criticar diretamente a proposta, Haddad ressaltou que a multa teria impacto pequeno dada a escala da crise hídrica por que passa o Estado.

“É lógico que a legislação de desperdício é importante, mas vamos situar isso dentro de uma escala. Na escala de gravidade que nós estamos vivendo, isso é uma medida simbólica importante, mas que vai representar muito pouco diante da escala do problema, que é muito maior”, disse o prefeito.

Haddad também comentou a resposta do secretário sobre a chance de haver racionamento em um futuro muito próximo. Haddad disse que, segundo Braga, a Sabesp não está preparada para a adoção de rodízio neste momento. “Segundo o secretário, há uma série de medidas preparatórias que impedem a adoção imediata do racionamento. Mesmo que se quisesse fazer agora, a rede da Sabesp não está preparada para isso”.

Ao fim da fala, em que tentou ser breve para deixar os anúncios formais da reunião para Haddad, Braga se disse satisfeito com o encontro e reforçou a união entre prefeituras e Estado para contornar a crise. Logo após sua entrevista, ele saiu e não acompanhou toda a coletiva do prefeito paulistano.

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