O número de beneficiários em seguros e planos de saúde deve fechar 2020 com crescimento a despeito da crise gerada pela pandemia de covid-19. Perto dos 47 milhões antes da pandemia, esse grupo deve ter leve alta de 0,6% a 0,8% neste ano, alcançando entre 47,3 milhões e 47,4 milhões, segundo o presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), João Alceu.
"Tivemos uma queda brutal no número de beneficiários em abril e maio, parte por conta do aumento do desemprego, parte pela perda de renda", lembrou ele, em coletiva de imprensa para um balanço anual, nesta manhã. "Já temos visto números positivos nos últimos meses", ponderou.
Do lado do segmento odontológico, o crescimento, conforme ele, será maior, citando a baixa penetração desses planos. Alceu vê a possibilidade de uma taxa de crescimento ao redor dos 2,5% neste ano. Apesar de maior frente ao plano de saúde tradicional, é inferior à taxa que vinha sendo apresentada pelo nicho, de 6% a 7%. "Está abaixo, mas, ao menos, em terreno positivo", destacou o presidente da FenaSaúde.
Ele comentou ainda sobre o aumento da demanda ao setor de saúde privada diante da pandemia. Quanto aos exames que comprovam a existência ou não da covid-19 nos beneficiários, Alceu afirmou que houve um "abuso" de utilização no início. Agora, garantiu, os testes estão sendo cobertos com diretrizes de uso.
"Chegou-se à incorporação de exames sorológicos respeitadas diretrizes de utilização", afirmou Alceu, citando como um "tipo de abuso" a exigência de empresas para que seus funcionários só voltassem ao trabalho físico após fazerem o teste de PCR, uma das modalidades para confirmar a covid-19, e ainda semanalmente. "Isso não tem a ver com cuidado, mas com uma política da empresa", rebateu.