O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, evitou comentar nesta terça-feira, 8, o fato de a presidente da República, Dilma Rousseff, ter assinado na semana passada um decreto que tira poder dos comandantes militares. Segundo o ministro, a possibilidade do decreto ser revogado não foi discutida durante a reunião da coordenação política realizada nesta manhã.
Berzoini afirmou ainda que “maiores esclarecimentos” sobre a decisão poderiam ser dados pelo Ministério da Defesa e pelos ministros da área econômica.
Ao jornal o Estado de S. Paulo, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse que a intenção do governo não era enfraquecer o papel dos militares e eventuais erros no texto ainda poderiam ser corrigidos, já que o decreto só entra em vigor 14 dias após a publicação.
O decreto, que estava na gaveta há três anos, foi publicado na última sexta-feira, 4, no Diário Oficial da União. Pelo texto, passa a ser competência do ministro da Defesa assinar atos relativos a pessoal militar, como a promoção aos postos de oficiais superiores.
Hoje, esses atos são assinados pelos comandantes militares. A medida foi recebida com “surpresa” e “desconfiança” pela cúpula militar, que não foi informada da decisão tomada pela presidente.