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Bia Haddad bate espanhola em Roland Garros e devolve Brasil às quartas de um Major após 55 anos

Beatriz Haddad Maia jogou, nesta segunda-feira, a primeira oitavas de final de um Grand Slam de sua carreira e conseguiu mais um resultado histórico. Venceu a espanhola Sara Sorribes Tormo por 2 sets a 1, com parciais de 6/7 (7/3), 6/3 e 7/5, para avançar às quartas de final de Roland Garros, o que a torna a primeira brasileira a chegar tão longe em um Major desde Maria Esther Bueno. Além disso, aproximou-se do top 10 do ranking da WTA. Atual número 14 do mundo, já tem garantida a ascensão para o 13º lugar. Se vencer o próximo desafio, contra a tunisiana Ons Jabeur, número 7 do mundo, a paulistana garante seu lugar entre as dez melhores tenistas do mundo.

A última vez que o Brasil teve uma mulher disputando uma quartas de final em simples em um Grand Slam foi em 1968, ano que marcou o início da Era Aberta e no qual Maria Esther atingiu tal fase tanto em Wimbledon quanto em Roland Garros, além de ter sido semifinalista do US Open. Ao incluir as disputas masculinas na comparação, a última participação brasileira em quartas de final de Major em simples foi de Guga, também no torneio francês, em 2004.

Bia entrou em quadra como favorita. Tormo, 132ª colocada do ranking, chegou às oitavas sem precisar jogar a fase anterior, pois a casaque Elena Rybakina, número 4 do ranking, que seria sua adversária, ficou doente e não pôde entrar em quadra. A disparidade entre a paulista e a espanhola na classificação, contudo, não foi vista em quadra.

O primeiro set foi de muito equilíbrio e dificuldade para ambos os lados. Após um game inicial com alguns erros não forçados, Tormo começou a parcial em vantagem. Bia, contudo, conseguiu a virada por 2 a 1 ao quebrar o serviço da adversária no terceiro game. A partir daí, a brasileira fez um jogo seguro e parecia caminhar para fechar o set tranquilamente, pois abriu 5 a 2, mas perdeu os três games seguintes, permitindo o empate ao ter o saque quebrado. Devolveu a quebra e viu a espanhola empatar de novo. No tie-break, mostrou certa dose de insegurança e cometeu erros, por isso foi derrota por 7 a 3.

A reação exigiria de Bia a força mental que ela já exibiu tantas vezes na caminhada que a levou ao seu atual posto histórico no tênis brasileiro, ainda mais após um início de segundo set tão complicado. Ela começou a parcial com uma quebra e perdeu os dois primeiros e longos games, antes de perder a disputa mais curta do terceiro. Com desvantagem de 3 a 0, reencontrou o foco para buscar uma virada incrível, em meio a três quebras e sem perder mais nenhuma game, fechando em 6/3.

O terceiro set foi de mais tensão, porém sem o susto inicial do segundo. Dessa vez, o duelo foi parelho, com Bia crescendo a cada game, apesar de alguns erros, até abrir 4 a 2 na parcial. Deixou a adversária vencer mais um game, mas manteve o controle até abrir 5 a 3 e perder três match points em uma dura batalha no game seguinte, vencido por Tormo, que empatou 5/5 em seguida. *A brasileira teve forças para não sucumbir e, após 3 horas e 51 minutos de jogo, caiu em lágrimas ao fechar o 7/5, no primeiro match point que teve para fehcar o game final.*

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