Estadão

Bia Haddad Maia define calendário e se prepara para nova gira no circuito da WTA

De volta ao Brasil após o vice na chave de duplas femininas do Aberto da Austrália ao lado da casaque Anna Danilina, Beatriz Haddad Maia fez um balanço da sua campanha no Grand Slam disputado em Melbourne, mostrou o troféu histórico para o país e falou sobre os seus próximos passos e objetivos na temporada.

"Saímos da final e eu fui direto para o aeroporto. Fiz dois voos muito longos, mas eu estava num momento tão feliz que foi até legal passar 15 horas no avião (risos). Cheguei aqui no Brasil e jantei com a minha família, para comemorar. Descansei dois dias, já voltei a treinar, mas terça já viajo para outra competição. Não dá pra parar muito o corpo. O mais interessante na volta foi ver o alcance que a final teve por aqui. De lá, tão longe, na nossa rotina, não dava para perceber. Mas pra mim, o importante, é que o tênis tenha cada vez mais alcance, mas eu por mim, por dentro continuo a mesma", disse a tenista, que está treinando em Barueri (SP) e se tornou apenas a terceira brasileira a alcançar a final de um Grand Slam, ao lado de Maria Esther Bueno e Claudia Monteiro.

Desde o seu retorno ao circuito em setembro de 2020, com ranking zerado, Bia Haddad foi disputando torneios menores e subindo no ranking. A brasileira foi campeã em nove torneios entre os níveis W15, W25 e W60 e voltou a disputar uma chave principal de Grand Slam neste ano, na Austrália, após quase três anos.

"O maior aprendizado que sempre levo comigo é resiliência. Seguir em frente, valorizar cada momento difícil, cada detalhe. Um treino, uma fisioterapia, um exercício que parece que não está fazendo diferença… Cada coisinha que você vai se entregando ao máximo, dando o seu 100%, vai te dando confiança para você estar sempre preparada. Passei por cima de muitas dificuldades, sempre tive essa força interna e meu nível de tênis sempre esteve muito alto, então sabia que era questão de ser paciente e resiliente", afirmou a tenista.

Com o tênis feminino em alta, especialmente após a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 conquistada por Luisa Stefani e Laura Pigossi, a paulistana disse estar honrada em poder continuar deixando a modalidade em evidência.

"É muito especial poder divulgar o tênis feminino. Sempre tento ser o mais sincera possível e falar de tudo que passo por aí. Quando a gente está no topo, sempre tem muita gente, muitos amigos, todo mundo aparece, sabe? Mas quando estamos em momentos difíceis, de muitas derrotas, aparecem críticas e tudo mais. Então estar num momento como esse, podendo representar as mulheres, me mostra que estou no caminho certo, que sou muito profissional e que tenho esse privilégio de fazer o que amo", continuou.

CALENDÁRIO – Na próxima terça-feira, Bia Haddad partirá para os Emirados Árabes Unidos, onde disputará o WTA 500 de Dubai. Depois, a brasileira tem no calendário o WTA 1000 de Doha (Catar), o WTA 250 de Monterrey (México), os WTA 1000 de Indian Wells e Miami (ambos nos Estados Unidos) e o WTA 250 de Bogotá (Colômbia). Já nas duplas, voltará a se reunir com Danilina em Doha, Indian Wells e Miami.

"Nós vamos vendo o nosso calendário, a prioridade ainda é simples, mas vamos jogar pelo menos uns 15 torneios até o fim do ano. O meu objetivo principal neste ano é estar saudável. Quanto estou saudável, posso fazer as coisas muito bem. De ranking, o meu objetivo é entrar no Top 50 de simples e o Finals nem era uma possibilidade, mas vamos ver o que acontece", finalizou Bia, focada na temporada.

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