A Secretaria de Cultura promove neste sábado (22) a palestra “Os Poetas Malditos”, com o escritor Claudio Willer. O evento acontece no auditório da Biblioteca Monteiro Lobato, a partir das 18 horas, e a entrada é gratuita. A expressão “poetas malditos” ganhou projeção graças a Paul Verlaine e sua antologia Les Poètes maudits, lançada originalmente na revista literária Lutèce, em 1883, e em seguida em livro.
Segundo Willer, “a palestra esclarecerá o sentido do termo 'Poetas malditos': não são apenas aqueles rejeitados pela sociedade em seu tempo, e reconhecidos tardiamente como inovadores. Um traço em comum, a uni-los, é a descida ao ínferno e a interlocução com o diabo. Será mostrado como o tema une, entre outros, Charles Baudelaire, Nerval, Arthur Rimbaud, Lautréamont, simbolistas, inclusive brasileiros; e, mais recentemente, um inovador da poesia brasileira como Roberto Piva.”
Além de falar de Baudelaire e Gérard de Nerval como criadores da categoria “poetas malditos”, examina Rimbaud. Em seguida, justifica a admiração de autores beat como Ginsberg e Kerouac por Rimbaud. Com uma abordagem histórica, indo da antologia de Verlaine (com poemas de Arthur Rimbaud, Tristan Corbière, Stéphane Mallarmé e, posteriormente, Marceline Desbordes-Valmore, Villiers de l’Isle Adam e o próprio Verlaine) ao trabalho de Roberto Piva, a exposição contempla ainda a problemática literária da relação entre poesia e sociedade pela categoria dos “poetas malditos” .
Sobre o escritor
Claudio Willer é poeta, ensaísta e tradutor, vinculado a uma poética transgressiva, representada pelo surrealismo e pela geração beat. Entre os livros de poemas se destacam Poemas para ler em voz alta, de 2007, com tradução de Eva Schnell, posfácio de Floriano Martins, da Editorial Andrómeda, na Costa Rica; Estranhas Experiências, Editora Lamparina, RJ, 2004 e Jardins da Provocação, Massao Ohno/Roswitha Kempf, 1981.
Pela Iluminuras, 2004, Volta, poesia em prosa. Sua tese de doutorado foi defendida na USP e publicada pela Civilização Brasileira em 2010, com o título Um obscuro encanto: gnose, gnosticismo e poesia. Autor também de coletâneas, entre elas Escritos de Antonin Artaud, LPM, 1983, com reedições, e Crônicas da Comuna, coletânea sobre a Comuna de Paris, tradução; textos de Victor Hugo, Flaubert, Jules Vallés, Verlaine, Zola e outros, Editora Ensaio, 1992. Entre as traduções, com prefácio do autor, Os Cantos de Maldoror de Lautréamont, 1ª edição pela Editora Vertente, 1970, 2ª edição por Max Limonad, 1986, tradução e prefácio. Mantém o blogue http://claudiowiller.wordpress.com.
Serviço:A Biblioteca Monteiro Lobato fica na rua João Gonçalves, 439, no Centro.