Estadão

Biden anunciará criação de porto temporário para entrega de ajuda a Gaza, dizem fontes

Presidente dos EUA, Joe Biden anunciará, em seu discurso sobre o Estado da União na noite desta quinta-feira, 7, um plano para que os militares americanos ajudem a estabelecer um porto temporário na costa de Gaza com o objetivo de aumentar o fluxo de ajuda humanitária, segundo altos funcionários da administração.

As autoridades, que falaram sob condição de anonimato, disseram que a operação não exigirá que tropas americanas estejam no terreno para construir o cais que se destina a permitir mais embarques de alimentos, medicamentos e outros artigos essenciais.

As autoridades não forneceram detalhes sobre como o cais seria construído. Um deles observou que os militares dos EUA têm "capacidades únicas" e podem fazer coisas "no exterior". Eles disseram que provavelmente levará semanas até que o cais esteja operando.

Grupos de ajuda humanitária afirmaram que se tornou quase impossível entregar suprimentos na maior parte de Gaza devido à dificuldade de coordenação com os militares israelenses, às hostilidades em curso e ao colapso da ordem pública.

Biden levantou pela primeira vez na semana passada a ideia de estabelecer um corredor marítimo para esse fim, dizendo que os EUA estavam trabalhando com aliados sobre como poderiam fornecer assistência do Mediterrâneo aos que estão em Gaza. O general americano Erik Kurilla, chefe do Comando Central dos EUA, disse ao Comitê de Serviços Armados do Senado dos EUA que havia informado as autoridades sobre essa opção marítima. Também na quinta-feira, os EUA realizaram um terceiro lançamento aéreo de suprimentos na parte norte de Gaza, onde não há presença israelense. Kurilla disse que o Comando Central ofereceu opções para aumentar o número de caminhões que levam ajuda para essas áreas.

O anúncio dos planos para construir o porto temporário ocorre no momento em que o Hamas disse que sua delegação havia deixado o Cairo e que as negociações sobre um cessar-fogo e a libertação de reféns seriam retomadas na próxima semana, tornando extremamente improvável que os mediadores intermediassem um acordo antes do mês de Ramadã, na noite deste domingo.

Posso ajudar?