Estadão

Biden avalia sanções contra Putin em caso de invasão na Ucrânia

Em meio à movimentação de tropas no entorno da Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que vai considerar sanções econômicas pessoais contra Vladimir Putin, caso a Rússia invada o país vizinho. Biden falou sobre a possível retaliação ao presidente russo na terça-feira, 25, ao responder a um jornalista sobre a possibilidade de aplicar sanções especificamente contra Putin. "Sim, posso considerar isso", respondeu o presidente americano, advertindo que uma invasão russa à Ucrânia teria "enormes consequências" e "mudaria o mundo".

A ameaça de sanção ocorreu no mesmo dia em que a Rússia anunciou uma série de exercícios militares, do Oceano Pacífico até o flanco ocidental, ao redor da Ucrânia, incluindo unidades de mísseis balísticos de curto alcance. De acordo com o Kremlin, as atividades militares são uma resposta ao envio de navios, caças e soldados da Otan para o Leste Europeu.

Moscou reagiu às declarações de Biden nesta quarta-feira, 26. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov classificou como "destrutiva" a aplicação de sanções americanas a Putin, e afirmou que o objetivo americano não teriam o efeito desejável. "Do ponto de vista político, não é doloroso, é destrutivo".

As sanções de Washington contra personalidades estrangeiras costumam implicar no congelamento de bens e a proibição de fazer negócios nos Estados Unidos. No caso de Putin, porém, Peskov lembrou que a legislação russa proíbe, em princípio, autoridades de alto escalão do governo de terem ativos no exterior, motivo pelo qual as medidas "não são, em absoluto, dolorosas" para eles.

Espera-se que Washington entregue uma resposta por escrito nesta semana às demandas russas sobre a segurança no leste europeu, mas como Moscou exigiu que as forças da Otan se retirassem essencialmente da Europa Oriental, um pedido que as autoridades americanas descreveram como inválido, não está claro onde os dois lados encontrarão espaço para compromisso.

Tanto a Rússia quanto as nações ocidentais intensificaram a atividade militar. A Rússia realizou exercícios perto das fronteiras ucranianas, os Estados Unidos colocaram 8.500 soldados em alerta máximo, e a Otan deslocou equipamentos militares para a região.

Nesta quarta-feira, os esforços diplomáticos foram transferidos para Paris, onde os enviados da Rússia, Ucrânia, Alemanha e França devem se reunir para estabelecer as bases para outra reunião dos líderes dessas nações. O presidente Emmanuel Macron, da França, disse que falaria com Putin por telefone na sexta-feira.

Na Ucrânia, o presidente Volodymyr Zelensky continuou a pedir calma à população. "Proteja seu corpo dos vírus, seu cérebro das mentiras e seu coração do pânico", disse ele à nação em uma mensagem de vídeo. (Com agencias internacionais).

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