Em outubro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, insistiu ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que não realizasse um ataque preventivo contra as forças do Hezbollah no Líbano quatro dias após o ataque do Hamas contra Israel.
O mandatário americano alertou que o ataque preventivo poderia desencadear uma guerra regional mais ampla. Israel tinha informações de inteligência – consideradas não confiáveis pelos EUA – de que o Hezbollah estava se preparando para cruzar a fronteira como parte de um ataque multifacetado, levando algumas autoridades israelenses mais agressivas ao limite.
Aviões de guerra israelenses estavam no ar aguardando ordens quando Biden falou com Netanyahu em 11 de outubro e disse ao primeiro-ministro para ordenar a retirada dos militares e pensar nas consequências do ataque preventivo, segundo fontes familiarizadas com o assunto. Em seguida, o ataque israelense contra o Hezbollah não foi adiante.
A conversa entre Biden, outras autoridades americanas e Netanyahu garantiu um padrão de esforços da Casa Branca para que os EUA evitassem qualquer expansão do conflito que pudesse obrigar os americanos a realizar uma interferência.
Desde 7 de outubro, quando se deflagrou a guerra entre Israel e Hamas, um dos principais focos de Biden tem sido evitar uma escalada dos conflitos do país aliado contra o Líbano, onde as forças israelenses trocam tiros quase diariamente com combatentes do grupo radical Hezbollah, que é apoiado pelo Irã e composto por militares palestinos.
Após o ataque do Hamas, os EUA enviaram dois grupos de ataque de porta-aviões para o Mediterrâneo Oriental, seguidos de um submarino nuclear, para reforçar a dissuasão. Também foi criada recentemente uma força-tarefa naval especial no Mar Vermelho para lidar com ataques de militantes Houthi apoiados pelo Irã no Iêmen.