Estadão

Biden diz que ainda não decidiu sobre uso da 14ª emenda para evitar violação do teto da dívida

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ontem que ainda não decidiu sobre a possibilidade de utilizar a 14ª emenda da Constituição do país para evitar uma violação do teto da dívida dos EUA. "Ainda não cheguei lá", afirmou Biden em entrevista à rede de televisão MSNBC, quando questionado sobre a possibilidade de invocar a medida.

A 14ª emenda obrigaria o governo federal a emitir novas dívidas, caso ficasse sem dinheiro, possibilidade que foi alertada pela secretária do Tesouro, Janet Yellen, na última semana.

Na entrevista, Biden reforçou que "é apenas bizarra" a ideia de que o governo dos EUA deixaria de pagar sua dívida. "A dívida não é uma dívida que acumulei, mas sim que ocorreu nos últimos anos. São 200 anos de dívida. E a ideia de que não vamos pagar a dívida é bizarra. Estima-se que, se não recuperarmos a dívida, perderíamos 750 mil empregos, teríamos uma recessão, seria um desastre", afirmou Biden.

O presidente americano também voltou a fazer críticas à proposta de orçamento defendida pelos Republicanos, que exige grandes cortes de gastos antes da elevação do patamar da dívida. "Eu disse ao líder republicano, Kevin McCarthy aqui está o acordo: pegue o limite da dívida, passe como você fez três vezes quando Donald Trump era presidente, e ele aumentou toda a dívida nacional em 40%", disse Biden, pontuando que está pronto para "negociar detalhadamente" o orçamento com o Congresso.

"Temos que deixar claro para o povo americano que estou preparado para negociar detalhadamente o orçamento deles: Quanto vai gastar? Quanto vai tributar? Onde podemos cortar? Mas não há possibilidade de eles passarem esse orçamento, possibilidade zero", afirmou Biden, acrescentando que acha que o líder republicado é "um homem honesto" e que está em posição de negociar.

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