O presidente americano, Joe Biden, anunciará nesta quinta-feira, 4, o fim do apoio dos Estados Unidos a uma ofensiva militar de cinco anos liderada pelos sauditas no Iêmen que agravou a crise humanitária no país mais pobre da Península Arábica, disse o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan. A medida cumpriria uma promessa de campanha de Biden, cujo governo planeja buscar a diplomacia para encerrar o conflito geral no Iêmen.
O presidente vê os Estados Unidos "desempenhando um papel mais ativo e engajado" para encerrar a guerra por meio de negociações, disse Sullivan, em uma entrevista coletiva na Casa Branca.
Biden também anunciará a escolha de Timothy Lenderking como enviado especial ao Iêmen nesta tarde, quando o ele discursar na tarde desta quinta-feira no Departamento de Estado. Uma pessoa a par do assunto confirmou a escolha, falando sob condição de anonimato antes do anúncio. O jornal The National, do Golfo, revelou a notícia.
Lenderking foi subsecretário de Estado adjunto na seção de Oriente Médio da agência. Membro de carreira internacional, ele serviu na Arábia Saudita, Kuwait e em outros países no Oriente Médio.
A Arábia Saudita iniciou a ofensiva em 2015 para conter uma facção houti iemenita que havia tomado território no Iêmen e estava lançando mísseis transfronteiriços contra o reino. Uma campanha aérea liderada pelos sauditas desde então matou vários civis iemenitas. Os Estados Unidos deram assistência ao comando e controle do Exército saudita alegando que o objetivo era minimizar as vítimas civis na campanha de bombardeio.
O governo Obama inicialmente deu luz verde à ofensiva liderada pelos sauditas. Alguns dos funcionários dos Estados Unidos envolvidos, desde então, disseram que lamentam essa decisão e agora estão no governo Biden, que se propõe a impedir o envolvimento do país e encerrar o conflito multipartidário.
Os sobreviventes exibem fragmentos mostrando as bombas de fabricação americana. O conflito também agravou a fome e a pobreza no Iêmen, e especialistas em direitos internacionais dizem que tanto os países do Golfo quanto os houtis cometeram graves abusos.
O líder da diplomacia americana, Antony Blinken, já havia prometido anteriormente encerrar o apoio de Washington à coalizão militar liderada pelos sauditas que intervinha junto ao governo iemenita contra os rebeldes.
Durante seu primeiro grande discurso de política externa, Biden ainda deve informar que congelará a retirada planejada de algumas tropas americanas estacionadas na Alemanha, proposta de Donald Trump, segundo a Casa Branca. (Com agências internacionais)