Biden faz viagem a suas origens no dia da votação

Favorito de acordo com as pesquisas eleitorais, o candidato democrata Joe Biden buscou as raízes no último apelo por votos no dia da eleição. De manhã, ele foi com a esposa e duas netas a uma igreja católica em Wilmington, no Estado de Delaware, onde vive, e visitou o cemitério onde o filho mais velho, Beau, sua primeira esposa e a filha Naomi estão enterrados.

Biden já disse algumas vezes que decidiu concorrer a presidente graças a um pedido do filho, feito no leito de morte, para que ele seguisse na vida pública. De Wilmington, Biden foi a Scranton, a cidade onde nasceu na Pensilvânia, e à Filadélfia, no mesmo Estado, onde disse que Trump virou "alvo de piada" e não está à altura do país. Quando voltou a Wilmington, disse que se vencesse na Flórida a eleição "acabou".

A Pensilvânia seria determinante tanto para Trump como para Biden na definição do colégio eleitoral, que decide o vencedor. O Estado é parte do Meio-Oeste que os democratas perderam em 2016. O operariado branco e sem diploma universitário votou em peso em Trump na eleição passada.

No entanto, o candidato democrata aposta na recuperação da região, uma área que ajudou a campanha de Barack Obama a vencer em 2008 graças à imagem de um candidato próximo à classe média.

Biden tem feito da busca pela vitória na Pensilvânia uma questão pessoal. "É bom estar em casa", disse ontem o democrata. Questionado sobre o risco de Trump declarar vitória antes da totalização dos resultados – algo que o republicano tem negado -, Biden voltou a dizer que o presidente "não deve decidir quais votos serão contados e quais não". "Os eleitores determinam quem é o presidente", afirmou. "Não importa o que ele faça ou diga, seus votos serão contados."

Em visita ao local onde nasceu, Biden escreveu com uma caneta preta na parede da sala, atrás de uma pintura: "Desta casa à Casa Branca com a graça de Deus. Joe Biden, 3 de novembro de 2020". O ânimo e a confiança do democrata contrastaram com a exaustão demonstrada por Trump na visita que o presidente fez ao comitê de campanha na Virgínia.

Biden usou sua ligação com o Meio-Oeste, onde nasceu, como um ativo de campanha. "Trump vê o mundo da Park Avenue, de Wall Street. É tudo o que ele sabe ver. Eu vejo o mundo de Scranton, onde cresci. Eu vejo da Pensilvânia e Delaware", afirmou o democrata, na noite de segunda-feira, em Pittsburgh.

Ele chegou ao dia da votação com uma média de 8 pontos porcentual à frente de Trump nas pesquisas nacionais e a indicação de que vencerá também o colégio eleitoral com folga. No entanto, a memória de 2016, quando Hillary Clinton era a favorita e perdeu de maneira surpreendente, deixou a campanha democrata cautelosa.

Da cidade de Scranton, a caricatura do Cinturão da Ferrugem, Biden foi à Filadélfia, em um último apelo aos eleitores negros da Pensilvânia. Com um megafone, o candidato prometeu "reconstruir a classe média" e agradeceu os presentes pelo recorde de comparecimento.

"Nós vamos ter mais pessoas votando neste ano do que em qualquer momento na história americana", disse o democrata. Ainda pelo megafone, ele voltou a criticar Trump pela resposta que o governo deu à pandemia. "Nós queremos a verdade, queremos a ciência em vez da ficção. Nós podemos superar esse vírus com uma medida inteligente. Vamos superar todos os problemas, vamos nos lembrar de quem somos. Nós somos os EUA", disse. "Prometo a vocês, se vocês me elegerem, não haverá Estados azuis ou vermelhos. Só haverá os Estados Unidos da América."
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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