Donald Trump foi eleito em 2016 graças ao apoio de Estados do Cinturão da Ferrugem, redesenhando o colégio eleitoral, onde a eleição americana é definida. Desiludidos, os eleitores que votaram em Barack Obama duas vezes apostaram no outsider republicano. Para ganhar em 2020, Trump e Joe Biden ainda precisam desses Estados do Meio-Oeste. No entanto, a perda de apoio nacional do presidente tem afetado o Partido Republicano em lugares que antes eram cativos do conservadorismo, como o Cinturão do Sol, que se tornou um campo de batalha improvável na eleição americana.
Estados que garantiram aos republicanos uma coalizão conservadora no Sul dos EUA têm registrado mudanças demográficas, com o crescimento de subúrbios menos brancos e padrões de migração que favorecem os democratas. É o caso do Arizona, que tem 11 votos no colégio eleitoral, mas também de Texas e Geórgia. O novo perfil dos moradores de Estados republicanos do Sul é uma mudança que há alguns anos vem sendo acompanhada de perto por analistas e acontece aos poucos, com a diminuição da margem de vantagem dos republicanos na história recente.
A eleição de 2020 pode acelerar esse fenômeno e obrigar os republicanos a brigarem por Estados que já foram uma trincheira do partido. Os subúrbios rejeitam a retórica anti-imigração de Trump e o afastamento do presidente da pauta antirracista. A pandemia atingiu em cheio parte dos Estados do Sul, comandados por governadores republicanos que foram resistentes às medidas restritivas ligadas ao coronavírus no início da crise. Com apoio de jovens e mulheres, cansados da polarização promovida pelo presidente americano, os democratas apostam em um novo desenho do mapa eleitoral com o apoio de parte do Cinturão do Sol, como no Estado do Arizona. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>