Foi-se o tempo em que a Bienal do Livro era o paraíso apenas dos ratos de livraria em busca dos últimos lançamentos, dos saldões e de crianças à espera de um autógrafo do Ziraldo ou do Mauricio de Sousa. De alguns anos para cá, quando o mercado editorial descobriu que os jovens leitores (e também os chamados young adults) eram bons consumidores, houve um boom na produção de livros voltados a este público e, claro, esforços em trazer os grandes best-sellers para encontros no País. E as feiras se tornaram palco de histeria.
Nesta quinta-feira, 3, começa a Bienal do Livro do Rio e, a julgar pela lista de convidados, até o encerramento, dia 13, serão momentos de fortes emoções. Estarão todos lá: Ziraldo, Mauricio de Sousa, Pedro Bandeira, Thalita Rebouças, Paula Pimenta, Isabela Freitas, Eduardo Spohr, Jeff Kinney (Diário de Um Banana), David Nicholls (Um Dia), Julia Quinn (Os Bridgertons), Colleen Hoover (Sem Esperança) e Sophie Kinsella (Becky Bloom). E muitos outros.
A lista oficial tem mais de 100 escritores brasileiros e 26 estrangeiros – dos quais 15 são argentinos, já que esta edição do evento presta homenagem ao país. Isso sem contar a programação que as editoras promovem em seus estandes – a Novo Conceito, por exemplo, está trazendo o best-seller português Pedro Chagas Freitas (Prometo Falhar).
Para evitar tumultos como os do padre Marcelo Rossi e Hilary Duff, em 2011, e de Nicholas Sparks, em 2013, a organização criou um espaço para abrigar essas sessões de autógrafos que levam multidões ao Riocentro. Com esta nova área e o jardim transformado em praça, a Bienal terá 80 mil m² – ante os 55 mil m² da edição passada. A expectativa é que os corredores voltem a ser transitáveis e que os fãs de um autor de determinada editora não acampem na porta do estande vizinho. São esperados pelo menos 600 mil visitantes – em 2013, foram 660 mil. Será, também a oportunidade de acertar o passo. “O mercado editorial vai muito mal este ano e temos quatro meses para reverter a situação. Apostamos na Bienal e no Natal para nos recuperarmos”, diz Marcos da Veiga Pereira, presidente do Sindicato Nacional de Editores de Livros e promotor do evento. Somando o investimento da organização e dos expositores, a Bienal custará R$ 36,8 milhões. O faturamento, esperam, deve ser de R$ 58 milhões.
Mas nem só de best-sellers é feita a Bienal. Com curadoria de Rodrigo Lacerda, a feira receberá, no Café Literário, debates sobre livros, autores – João Ubaldo Ribeiro será tema de uma das mesas – e assuntos atuais (segurança pública, manifestação popular, crises, etc.). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.