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Bilhete mensal vai poupar R$ 30 por mês

Usuários do bilhete único mensal poderão economizar R$ 30,48 por mês, ou R$ 365 por ano, a partir deste sábado, dia 9, quando as tarifas de ônibus, metrô e trem sobem de R$ 3,50 para R$ 3,80 na capital. A vantagem será de passageiros que usam o transporte público para ir e voltar do trabalho 22 dias por mês – média brasileira -, em um total de 44 viagens.

Com o valor do cartão mensal congelado em R$ 230, a opção já vale a pena para quem precisa fazer 39 viagens por mês de ônibus e metrô ou ônibus e trem. Acima disso, é como se a passagem saísse de graça. Com a tarifa a R$ 3,50, o sistema só compensa a partir de 43 viagens. Essa diferença no fim do mês deve provocar um aumento significativo no uso do bilhete, segundo estimativa da gestão Fernando Haddad (PT). Em janeiro de 2015, quando a tarifa passou de R$ 3 para R$ 3,50, e também não houve reajuste na versão mensal, o modelo cresceu 120%.

“Não queremos estipular um porcentual, até para que não vire meta, mas é muito provável que haja outra onda de crescimento do uso do cartão mensal, até porque a diferença neste ano é maior”, afirma o diretor de gestão econômico-financeira da SPTrans, Adauto Farias. Ontem, primeiro dia útil do mês, o movimento de recarga já foi 20% superior, diz a empresa.

Além da procura individual, a expectativa é de que mais empregadores passem a aderir ao bilhete mensal para o pagamento do vale-transporte. Hoje, 104 mil usuários usam um dos três tipos de bilhetes temporais – mensal, semanal ou 24 Horas -, mas um total de 1,5 milhão tem o cartão, que atende todas as opções de recarga.

Só ônibus

Quem usa apenas o ônibus para trabalhar também terá vantagens, caso opte pelo bilhete mensal simples, congelado a R$ 140. A economia média será de R$ 27,20 por mês, ou R$ 326,40 por ano, mais uma vez levando em conta o número de 44 viagens mensais. Mas, mesmo que o total de percursos não atinja esse número, a opção já representa economia a partir da 37ª viagem.

A Prefeitura ainda oferece as versões semanal e 24 Horas do Bilhete Único. Assim como ocorre com a opção mensal, ambos são vantajosos a partir de um determinado número de viagens. O semanal integrado, por exemplo, custa R$ 60 e é indicado para usuários que fazem mais de 11 viagens em sete dias. É o caso geralmente de quem trabalha aos sábados.

Autônomos também podem se beneficiar, acredita o atendente Luiz Henrique Hamer, de 17 anos. “Eu tenho vale-transporte pago pela empresa onde trabalho, mas minha mãe é diarista e, no caso dela, acho que o bilhete mensal vai valer a pena a partir de agora. Ela chega a fazer três viagens por dia. Vamos fazer as contas para decidir”, afirma Hamer.

Para Farias, o bilhete mensal é um instrumento de mobilidade. “Com ele, ao chegar no fim do mês o passageiro não precisa mais calcular se terá ou não dinheiro para passear no fim de semana com a família”, ressalta o diretor.

Entre as opções de bilhete temporal, a modalidade mensal é a mais procurada pelos passageiros – o uso já é 75% maior que o semanal, por exemplo, e essa diferença deve aumentar.

Já o modelo 24 Horas, ao custo de R$ 10 só ônibus ou R$ 16, na integração com metrô ou trem, é válido para trabalhadores que passam longos períodos dentro do transporte público, em mais de duas viagens diárias. Abaixo disso não compensa financeiramente.

Créditos

Quem não vê vantagens nos bilhetes temporais deve correr para carregar o Bilhete Único comum até sexta-feira, véspera do reajuste, quando a tarifa ainda custará R$ 3,50. Os créditos pagos poderão ser usados pelos passageiros até o esgotamento do saldo.

O reajuste deste ano foi de 8,57%, abaixo da inflação prevista para os últimos 12 meses, de 10,72%. A alta vai atingir 47% dos usuários do transporte público – 4,5 milhões usam os coletivos da capital diariamente e 7 milhões, o sistema de trilhos.

Contrários ao aumento, representantes do Movimento Passe Livre (MPL) já convocaram protesto para o dia 8 na capital. Responsável pelas manifestações que tomaram conta do País em junho de 2013, o grupo tem apoio de outras lideranças jovens, como os estudantes que ocuparam escolas estaduais no fim do ano passado contra o projeto de reorganização da rede, suspenso depois do movimento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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