Economia

Bitcoin despenca 25% em 24 horas em meio a onda de liquidação

O bitcoin apagou 25% de seu valor em cerca de 24 horas no início desta sexta-feira, 22, à medida que uma onda de vendas atingiu o mercado de criptomoedas antes do feriado de Natal.

Na quarta-feira, 20, o movimento de baixa na moeda foi citado pelo analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila, em relatório. “O movimento para baixo (ma moeda) ocorreu quando a plataforma de bitcoin Coinbase começou a permitir que os usuários trocassem dinheiro por bitcoin”, destacou ele.

Recentemente, o bitcoin operava em torno de US$ 12,5 mil, segundo a CoinDesk. A moeda virtual, que é notoriamente volátil, começou o mês de dezembro valendo cerca de US$ 10 mil e chegou a se aproximar de US$ 20 mil na última semana, mas tem mostrado tendência de desvalorização desde então.

Em relação a seu pico mais recente, o bitcoin perdeu em torno de US$ 121 bilhões em valor de mercado em menos de uma semana, o equivalente a mais que o dobro da capitalização de mercado da fabricante americana de veículos elétricos Tesla, por exemplo.

Outras moedas alternativas ao bitcoin também sofreram com o movimento de liquidação. Entre 31 moedas digitais com valor de mercado de pelo menos US$ 1 bilhão, 29 tiveram perdas recentes, de acordo com o provedor de dados CoinMarketCap.

A ether, segunda maior moeda virtual em valor de mercado, despencou 26% nas últimas 24 horas. Já a chamada litecoin sofreu um tombo de 32%.

Confiança

Apesar da característica de forte oscilação da moeda e, no caso do Brasil, a manifestação contrária do Banco Central a respeito da segurança do ativo, para defensores das moedas virtuais, no entanto, elas vieram para ficar. O interesse dos brasileiros pelo bitcoin tem sido tão grande que algumas das principais plataformas de negociação no País estão tendo dificuldades para cadastrar novos investidores.

Já na avaliação do economista-chefe da nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira, o bitcoin é uma “mania”. “A moeda virtual está cotada a um múltiplo de milhares de dólares. “E o dólar, que é a moeda de uma das maiores economias do planeta, de um Estado que tem o maior exército, vale uma fração do bitcoin. Como é possível isso?”

Silveira diz que uma moeda de fato possui algumas características fundamentais, como a aceitação como meio de pagamento nos processos de compra e venda, por todos os agentes. “E o bitcoin não é utilizado como referência de troca, não é utilizado como meio de pagamento para nada”, afirmou. “O que existe hoje é uma crença, uma opinião irrefletida, em que muitos agentes têm em relação a uma coisa. Essa crença faz preço.”

Para quem está no mercado, porém, as moedas virtuais vieram para ficar. Rodrigo Batista, sócio do MercadoBitcoin, uma das maiores plataformas de negociação de moedas virtuais do País, afirma que o Banco Central, em algum momento, terá que rever sua posição. “Ele está indo na contramão do que acontece no mundo. Vemos hoje que o Japão tem uma regulação específica para moedas digitais, criada por órgãos financeiros”, pontuou. “As bolsas americanas estão lançando contratos derivativos vinculados ao bitcoin e empresas como Microsoft e IBM estão investindo em moedas virtuais.”

A dúvida agora é até que patamar essa onde de vendas levará o bitcoin nos próximos dias e se os entusiastas da moeda continuarão apostando na alta. Colaboraram Eduardo Rodrigues e Fabrício de Castro. Com Dow Jones Newswires

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