Uma blitz contra os pancadões em São Paulo terminou em tumulto na madrugada desta quinta-feira, 2, em Cidade Tiradentes, no extremo leste da capital paulista. Jovens que faziam festa na rua, com som alto e bebidas, teriam reagido à chegada da fiscalização da Prefeitura atirando pedras e garrafas contra os agentes e policiais. Na confusão, o prefeito regional do distrito, Oziel Evangelista de Souza, ficou ferido com um corte na mão.
Segundo Souza, a confusão começou por volta da 1h30 na Rua Edson Danillo Dotto, depois que o comboio da Prefeitura Regional de Cidade Tiradentes, Guarda Civil Metropolitana (GCM), Polícia Militar e Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) já havia dispersado o pancadão que ocorria numa via paralela, a Rua Dona Eloá do Valle Quadros, e reunia cerca de 1,5 mil pessoas ao redor de carros com caixas de som e carregados com bebidas alcoólicas.
“Nosso comboio entrou no meio do povo e começou a correria. Jogaram garrafas e pedras na nossa direção e um pedaço de vidro cortou a minha mão. A gente sai para defender a população contra o vandalismo e é recebido com uma agressão dessas”, contou Souza, que levou cinco pontos na mão direita. Ninguém foi detido. Segundo ele, 30 veículos que estavam no local foram multados por infrações de trânsito e à chamada Lei do Pancadão, que proíbe som alto nas ruas desde 2014.
De acordo com o prefeito regional, o distrito de Cidade Tiradentes era o líder em número de ruas com baile funk ao ar livre até o ano passado. Ele disse que desde que assumiu o cargo, no início da gestão João Doria (PSDB), em janeiro, implantou uma operação chamada “Sono Tranquilo” que praticamente acabou com os pancadões na região. “Eram nove ruas com pancadões todo fim de semana. Em dez meses nós zeramos, o que reduziu os índices de violência, como roubo de carros, de prostituição e overdose.”
Ao tomar conhecimento sobre o ocorrido na madrugada, Doria rechaçou a agressão e pediu que o caso seja investigado. “Covardes agridem servidor público que está cumprindo sua obrigação. Policia vai investigar e punir os agressores”, disse.