O dia útil fez com que o público desta sexta-feira, 22, nos blocos que saíram pelas ruas de São Paulo fosse menor do que o das agremiações que desfilaram na quinta-feira, 21. Alguns cortejos, inclusive, tiveram o início atrasado à espera de foliões que só conseguiram sair do trabalho no fim da tarde.
Sem autorização e apoio da Prefeitura, os blocos não contaram com a presença da Guarda Civil Metropolitana (GCM) ou de agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O Bloco Feminista, por exemplo, saiu da Rua Conselheiro Brotero, em Santa Cecília, por volta das 17h30, e seguiu em direção à Barra Funda com o cair da noite. Debutando no carnaval paulistano, o bloco é fruto de uma união de dois coletivos culturais e políticos. "É um momento de resistência pelo carnaval de rua", diz Natalie Amêndola, coreógrafa de 32 anos e uma das fundadoras do bloco. "A nossa proposta é ser um movimento pluralista. Somos um bloco comunitário." A seleção de músicas tocadas no bloco variou de Joana Dark, de Ava Rocha, a Mama África, de Chico César.
<b>Zona Oeste</b>
Criado em 2018, o bloco Perdidos no Paraíso saiu na Água Branca, zona oeste. Integrantes do grupo se uniram a outros coletivos de música e convocaram os foliões que estavam em busca de uma festa de rua neste carnaval fora de época durante o feriado prolongado de Tiradentes.
O Perdidos, que desfilou pela última vez no bairro do Paraíso – por isso o nome do bloco -, saiu na base do improviso este ano, sem muita estrutura. A escolha pela Água Branca se deu porque uma das produtoras do bloco mora nas proximidades e conhece a dona de um bar que organiza forrós às sextas-feiras. Ontem, no entanto, o ritmo foi substituído por marchinhas de carnaval e uma roda de samba.
"É o primeiro movimento de carnaval que a gente está fazendo desde o início da pandemia", diz Laerte Fernandes, de 35 anos, produtor do bloco.
<b>Venda difícil</b>
Até mesmo vendedores ambulantes tiveram dificuldades para comercializar bebida ontem diante do clima de improvisação de muitos blocos em meio ao feriado. "A gente fica sabendo muito de última hora (o circuito que será percorrido)", conta Daylane da Silva, de 34 anos, que na quinta-feira foi vender bebida no bloco Saia da Chita, na Pompeia, também zona oeste.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>