A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) disse em comunicado que o impacto de paralisações nas estradas organizadas por movimentos de caminhoneiros no curto prazo será “prejuízo na comercialização da soja”. “Este é o momento de pico de comercialização e precisa haver fluxo. As compradoras também precisam saber o valor do frete para compor os preços”, disse o presidente da Aprosoja-MT, Ricardo Tomczyk. “No médio prazo, podem existir problemas de armazenagem, pois a soja precisa ser escoada para dar espaço ao milho que será colhido.”
A associação ressaltou ainda que possíveis atrasos nos embarques de cargas de soja repercutirão mal com compradores externos. “Em algum momento essa conta virá para o produtor, pois o comprador aumentará a margem de risco”, afirmou Tomczyk. A associação disse compreender a dificuldade enfrentada pelo setor dos transportes e manifestou apoio a reivindicações como a diminuição do preço dos combustíveis, a redução da carga tributária e a melhoria nas condições das estradas do País, mas se disse contrária ao tabelamento do frete. “A tabela de frete mínimo é impraticável e inconstitucional, pois fere os princípios da livre iniciativa e da livre concorrência”, afirmou Tomczyk.
A Aprosoja destacou, ainda, que entidades de diversos setores que utilizam o transporte rodoviário sugeriram opções para solucionar as divergências entre caminhoneiros e governo, como a eliminação da incidência de PIS, Cofins e Cide e unificação nacional do ICMS sobre diesel e biodiesel e regulamentação e estímulo à criação de uma bolsa de fretes para facilitar a contratação de motoristas pelo País e evitar a ociosidade dos fretes de retorno.