O banco BMG firmou acordo para comprar 65% da empresa Pago Cartões, que passa a se chamar Granito, e se torna mais um a entrar no mercado de adquirência. A instituição, em comunicado divulgado neste sábado, não informou o valor desembolsado pela aquisição mas disse que a compra da subadquirente Pago Cartões permitirá que o banco, por meio de uma atuação própria, atenda ao mercado de micros e pequenos varejistas, disponibilizando soluções customizadas aos clientes.
Segundo o BMG, a operação de compra e venda se encontra sob a aprovação do Banco Central. No comunicado, o BMG informou que a Pago Cartões foi fundada em 2015 e desenvolve produtos flexíveis e adaptados às demandas de cada setor. Atualmente, a empresa trabalha com mais de 20 bandeiras, possui mais de 20 parceiros, escritórios comerciais próprios, além de movimentar cerca de R$ 1 bilhão por ano em sua maquininha.
“O banco vinha estudando a melhor forma de entrar nesse mercado. A Pago, que agora passa a se chamar Granito, tem o know how em tecnologia. Essa expertise será aliada à força e singularidade da nossa rede de distribuição”, destacou, em nota, o diretor financeiro do BMG, Flavio Guimarães Neto. Atualmente, a instituição financeira conta com, aproximadamente, 3 mil correspondentes bancários e cerca de 400 lojas help! em todo o País.
O CEO da Granito, Rodrigo Luiz Teixeira, fala em expandir o leque de produtos. “A Granito será mais que um meio de pagamento, expandindo o leque de soluções customizadas com serviços e gerando melhores resultados aos nossos clientes. Continuaremos trabalhando com tecnologia própria, diferentemente do que o mercado pratica hoje, e agregaremos a solidez e credibilidade do BMG”, disse, em nota.
O BMG afirmou ser o sexto maior banco emissor de cartões no Brasil e, com a Granito, “a expectativa é ampliar essa participação”. Além disso, a instituição aprimora o atendimento aos clientes e, ainda, trabalhará com o chamado “varejo de meios de pagamento”, disponibilizando a máquina de cartões para compra ou troca nas lojas help! e demais correspondentes.
Recentemente, o Broadcast publicou matéria mostrando que a ofensiva de grandes bancos e o ingresso de novos players no mercado de adquirência têm impulsionado o segmento e aquecido a concorrência, mas também têm gerado escassez do seu principal motor: as maquininhas. O boom na demanda exigiu reforço na produção e ainda assim alguns empreendedores tiveram de esperar pelo seu terminal (POS, na sigla em inglês). Com mais de quatro milhões de maquininhas, segundo o Banco Central, o Brasil chama a atenção de mais fabricantes, principalmente as chinesas, que enxergam em quem já está aqui uma vitrine para potenciais negócios fora de seus mercados de origem.
E o mercado realmente continua atraindo novos players. No começo deste mês, a rede de atacarejo do Grupo Pão de Açúcar (GPA), o Assaí, anunciou a entrada no mercado de maquininhas de cartão. A companhia vai vender os equipamentos (POS, na sigla em inglês) a pequenos empreendedores, competindo diretamente num mercado que vem crescendo desde as primeiras apostas, capitaneadas pela PagSeguro, do Uol.
Batizada de “Maquininha Passaí”, a novidade começa nas lojas da rede em São Paulo e deve ser levada a todos os 130 pontos de venda até meados de novembro. O modelo de negócios do Assaí no setor será parecido com o de outros competidores que já miram os micro e pequenos empreendedores. A maquininha será vendida, diferente do modelo tradicional do setor de adquirência, que cobra aluguel do terminal.
Além da PagSeguro, foram nesta direção a Cielo por meio da aquisição da irmã Stelo, Itaú Unibanco com a família Credicard/Pop e ainda o gaúcho Banrisul.