Após registrar lucro líquido recorde de R$ 20,7 bilhões em 2020, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pagará R$ 4,9 bilhões em dividendos referentes ao resultado do ano passado para o Tesouro Nacional. Segundo a diretora financeira do banco, Bianca Nasser, o pagamento será feito "nos próximos meses", após aprovação em assembleia de acionistas – embora o único acionista do BNDES seja a União.
O BNDES também repassará R$ 38 bilhões ao Tesouro este mês, em devoluções antecipadas de sua dívida com a União, como anunciado mês passado.
Como revelou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) ano passado, o Ministério da Economia espera receber um total de R$ 100 bilhões do BNDES de forma antecipada neste ano.
Ano passado, o BNDES pagou ao Tesouro R$ 16 bilhões em devoluções da amortização ordinária da dívida com a União.
Questionada se os R$ 62 bilhões restantes serão devolvidos ainda em 2021 de forma antecipada, a diretoria do BNDES não citou valores. Segundo Nasser, o banco se posicionará "em breve" sobre o tema.
Conforme decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que abrange todos os bancos federais, o BNDES está obrigado a acertar, com o Ministério da Economia, um cronograma para a devolução antecipada de toda a dívida com a União. Segundo a diretora financeira do banco de fomento, esse cronograma será entregue ao TCU até o fim deste mês.
"Estamos em fase de negociação. O prazo é até o final deste mês", afirmou Nasser. "Assim como nas devoluções anteriores, para análise desse cronograma, estamos avaliando a liquidez do banco, a solidez, a gestão de riscos. De fato, temos uma indicação de decisão do TCU, em função de ter sido considerada irregular a emissão de títulos públicos, no passado, para a concessão desses empréstimos", completou a executiva.