O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), instituição de fomento criada em 2014 pelo Brics, grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, assinaram nesta terça-feira, 8, um memorando de entendimentos para cooperação. O NBD, sediado em Xangai, na China, planeja fazer suas primeiras operações no segundo trimestre de 2016, destacou o brasileiro Paulo Nogueira Batista Jr., um dos vice-presidentes da nova instituição.
“Gostaríamos que os cinco países fossem contemplados nessa primeira leva”, afirmou Batista Jr., após a cerimônia de assinatura do memorando, na sede do BNDES, no Rio. Segundo o vice-presidente do NBD, não há número nem valores previstos para a primeira leva de empréstimos a serem aprovados, mas está decidido que serão para projetos em energia renovável, com destaque para eólica e solar.
Batista Jr. afirmou que o BNDES poderá ajudar no trabalho de identificação de projetos, mas o primeiro resultado prático do memorando de cooperação poderá ser a cessão de técnicos do banco brasileiro para contribuir na estruturação inicial da nova instituição.
Segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, a ideia é ceder funcionários mais experientes, de forma temporária. “Depois, eles poderão ser substituídos por pessoas que fiquem por um período mais longo, até que o próprio banco possa contratar”, afirmou Coutinho, também na cerimônia de assinatura.
O BNDES foi o primeiro banco nacional de desenvolvimento dos países do Brics a assinar um acordo do tipo com o NBD.
China
Batista Jr. afirmou que não crê em “hard landing” na China. “Houve uma acomodação da taxa de crescimento, mas ainda em patamar elevado, muito acima da média mundial”, afirmou, ressaltando que está em Xangai há apenas dois meses.
Ainda assim, a desaceleração poderá fazer o crescimento do PIB chinês cair, “talvez”, a 6% ao ano, o que afeta a economia brasileira, pois o ritmo da atividade econômica na China é um dos fatores formadores de preço de commodities, afirmou Batista Jr. O economista destacou a desaceleração da economia chinesa como um dos fatores responsáveis pelo fim do “ciclo de commodities”.