A Conmebol multou o Boca Juniors em 30 mil dólares (cerca de R$ 144 mil) como punição pelo gesto racista cometido por um torcedor xeneize na Neo Química Arena, em jogo contra o Corinthians. O episódio ocorreu no dia 26 de abril, quando os dois times se enfrentaram em São Paulo pela terceira rodada do Grupo E da Copa Libertadores da América.
Um vídeo flagrou o momento em que o torcedor argentino Leonardo Ponzo fez gestos imitando um macaco para provocar a torcida corintiana. Ponzo foi preso pela Polícia Militar na mesma noite da partida, por cometer injúria racial, mas acabou solto após pagamento de fiança no valor de R$ 3 mil, na manhã seguinte.
Em decisão publicada nesta segunda-feira e assinada por Eduardo Gross Brown, presidente da Comissão Disciplinar da Conmebol, o caso foi enquadrado nos artigos 9 e 17 do Código Disciplinar da entidade. O artigo 9 versa sobre a responsabilização dos clubes por atos cometidos por torcedores. Já o artigo 17 determina as sanções para casos de discriminação.
A multa tem relação apenas com a injúria racial flagrada na Neo Química Arena. Ou seja, não inclui o novo caso de racismo envolvendo torcedores do Boca Juniors, registrado na segunda partida contra o Corinthians, disputada no dia 17 de maio, em Buenos Aires. O reencontro entre os clubes teve outro registro em vídeo de um argentino imitando macaco.
Além disso, torcedores do time paulista denunciaram que foram tratados com descaso na Bombonera. A polícia teria demorado na escolta e revista dos ônibus, fazendo com que boa parte da torcida que esteve na capital argentina só pudesse entrar no estádio para ver o segundo tempo. O caso de racismo somado ao mau tratamento fizeram o Corinthians e a FPF protocolaram um pedido de punição ao Boca, mas a Conmebol ainda não deu uma resposta oficial.