“Ficamos chateados, mas sabemos da importância de não fazer aglomerações no momento”, lamenta o empresário Alessandro Gandini que, ao lado de dois amigos, organiza um game de apostas com conhecidos que curtem Fórmula 1. Nesta temporada em que a competição mais importante do automobilismo mundial completa 70 anos, entretanto, por causa da pandemia, o bolão não aconteceu.
A diferença entre as apostas de Alessandro e as demais, contudo, é que o participante sequer pode escolher em quem ele confia a vitória da corrida. “A cada corrida é sorteado um piloto para cada dupla participante. Os pontos somados pelo corredor são creditados automaticamente à dupla”, explica Gandini, dono da choperia Eleven.
“Começamos em 2008, quando começamos a fazer a brincadeira com alguns clientes do bar. Nossa ideia era difundir o esporte, agregar a galera e tomar uma cerveja nas sextas-feiras, nada voltado para o dinheiro”, completa o organizador que é fiscal de pista no GP Brasil da Fórmula 1.
A fórmula de competição que, além da participação de Alessandro, foi editada pelos amigos Robson e Luciano, divide 40 participantes em 20 duplas, equivalentes aos 20 pilotos da Fórmula 1. Antes da corrida do fim de semana, um sorteio define qual será o piloto que vai representar cada dupla. Ou seja, é possível que os sortudos sejam representados pelo hexacampeão Hamilton por três etapas seguidas, bem como, em uma maré de azar, acabem obrigados a torcer por um piloto em condições inferiores que, muitas vezes, sequer pontua. A pontuação do piloto é acrescentada àquele grupo e o ajuda no campeonato à parte entre amigos. Na rodada seguinte, ele terá outro piloto. Ou não, dependendo do sorteio.
Os amigos “depositam” um valor de R$ 30 antes de cada corrida e é feito um caixa para pagar uma premiação em dinheiro às cinco duplas melhores colocadas no final do ano, além de brindes e presentes a todos os outros participantes. Ainda com a arrecadação, é realizada uma confraternização com os apostadores e familiares ao término da temporada.
Neste ano em que a Fórmula 1 completa 70 anos, a já tradicional brincadeira foi adiada. Entretanto, Alessandro entende o momento difícil devido à pandemia e não perde o entusiasmo com o game. “São poucas corridas e o dinheiro arrecadado não seria suficiente. Também não é momento para aglomerações, mas a galera vai voltar ano que vem”, finaliza Gandini.