Estadão

Boletim do BC mostra queda de 1% na atividade no Norte; Centro-Oeste cresce 0,9%

O Banco Central divulgou nesta terça-feira, 22, o Boletim Regional com dados que mostram a evolução da atividade econômica em cada região do País no quarto trimestre de 2021, em comparação com o terceiro trimestre do ano passado. De acordo com o BC, a atividade no Norte recuou 1,0% de outubro a dezembro na comparação com o período de julho a setembro. Da mesma forma, houve retração de 0,4% no índice da região Sudeste no último trimestre do ano passado. As regiões Nordeste e Sul apresentaram crescimento de apenas 0,3% no período. Já o Centro-Oeste registrou alta de 0,9% na atividade no fim de 2021.

"Informações recentes da atividade econômica indicam acomodação na margem no quarto trimestre de 2021, com divergência de resultados entre os setores da economia brasileira", destacou a autoridade monetária.

De acordo com o boletim, a produção industrial apresentou estabilidade em novembro e recuperação em dezembro, impulsionada pelo desempenho da indústria automotiva. Já o setor de serviços manteve trajetória positiva no trimestre, ainda influenciada pela recuperação dos segmentos mais atingidos pela pandemia.

"Por outro lado, o comércio registrou nova retração trimestral, repercutindo queda na renda real das famílias, em cenário de inflação elevada e surpresas inflacionárias parcialmente associadas a choques de oferta, e possível deslocamento de gastos para serviços. A agricultura, com perspectiva ainda positiva para 2022, foi atingida por condições climáticas adversas no Sul do país, com efeitos negativos sobre as previsões de colheita de soja e de milho primeira safra.", completou o documento.

<b>Regiões</b>

De acordo com o BC, o fraco desempenho do Norte no quatro trimestre evidenciou o arrefecimento da atividade na região na segunda metade do ano passado. No acumulado de 2021, porém, ainda houve um crescimento de 2,9%, após uma retração de 0,6% em 2020. O boletim destaca as expansões das atividades no Pará (1,7%) e no Amazonas (5,0%), impulsionadas pela recuperação dos setores de comércio e serviços ao longo de 2021.

Apesar da melhora em serviços, a retração na atividade do Sudeste no fim de 2021 foi causada pelo baixo dinamismo da indústria e do comércio na região. No acumulado do ano passado, o indicador do Sudeste apresentou crescimento 4,4%, após uma retração de 2,8% em 2020.

Mesmo em um ritmo lento, a evolução positiva do Nordeste se deveu ao desempenho da indústria de transformação, refletindo a continuidade da recuperação da atividade de refino de petróleo e o segmento de minerais não metálicos. Em sentido contrário, houve retração dos serviços e comércio. No acumulado de 2021, o indicador de atividade da região cresceu 3,0%, após retração de 3,5% em 2020.

Com resultado semelhante no último trimestre do ano, a região Sul mostrou acomodação no cenário de recuperação da atividade. Enquanto houve avanço da produção industrial e da agricultura, o comércio e os serviços contribuíram para o arrefecimento na margem. No acumulado de 2021, a atividade na região cresceu 6,0%, após uma queda de 3,5% no ano anterior.

O Centro-Oeste registrou o melhor desempenho entre as regiões no último trimestre do ano passado com bons resultados da indústria de transformação e da agricultura, após retrações dessas atividades no trimestre anterior. O BC destaca ainda a contribuição do setor de serviços e da construção civil no período. No acumulado do ano, a atividade da região teve alta de 3,4%, após uma retração de 1,2% em 2020.

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