A dois dias das eleições bolivianas, a maior parte dos partidos do país tratou de burlar a lei de silêncio eleitoral e manter a campanha nas redes sociais como Facebook e Twitter. Embora as pesquisas de intenção de votos apontem para a quase irreversível reeleição de Evo Morales na eleição presidencial, a disputa pelas cadeiras da Câmara e do Senado segue aberta.
A luta da oposição na votação parlamentar é evitar que o Movimento ao Socialismo (MAS, o partido de Evo) obtenha maioria absoluta nas duas Casas – o que daria ao presidente poderes quase totais sobre qualquer tema, incluindo a possibilidade de emendar a Constituição para concorrer a um novo mandato, que seria o quarto, na eleição de 2019.
O uso das redes sociais se dá graças a uma brecha não prevista pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE). Na quinta-feira, um porta-voz do organismo disse que todos os casos seriam analisados e sanções, se necessárias, seriam tomadas.
Em meio ao clima pré-eleitoral, o caso de violação mais emblemático foi a divulgação ontem de uma falsa notícia nas redes de que Jorge Quiroga, do PDC, teria desistido de sua candidatura em favor de Samuel Doria Medina, da Unidade Democrática.
A imagem apresentava a notícia como se ela tivesse sido publicada pelo site de um dos principais jornais de Santa Cruz, e foi desmentida depois.
Para a congressista do PDC, Centa Reck, o caso foi plantado por membros da UD que tentam prejudicar a candidatura de Quiroga. Centa qualificou o episódio de “vergonhoso” e “guerra suja”.
Nas sondagens de intenção de voto, a UD aparece em segundo lugar, com 18%. O partido intensificou ontem suas acusações contra o MAS. Segundo o partido de Doria Medina, o grupo governista desrespeitou a norma do TSE que proíbe aparição em atos de campanha ou uso da mídia para promover suas candidaturas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.