Uma das maiores bolsas de criptomoedas do mundo disse que fechará todas as contas de usuários na China continental até o final do ano, dias após o banco central do país declarar ilegais todas as transações relacionadas à criptografia. A Huobi Global, que foi fundada em 2013 e atualmente opera com escritórios em Cingapura, Coreia do Sul, EUA e outros países, afirmou no fim de semana que parou de permitir que novos clientes da China continental registrem contas. A plataforma também retirará gradualmente as contas existentes na China até o fim de 2021 para garantir a segurança dos ativos de seus clientes, acrescentou.
Na segunda-feira, outra grande bolsa de criptomoedas, a Binance, disse que recentemente começou a bloquear registros de contas usando números de telefones celulares da China. Assim como a Huobi, a Binance também foi fundada originalmente na China. Ambas as empresas têm facilitado as chamadas transações <i>peer-to-peer</i>, conectando pessoas que desejam comprar e vender criptomoedas usando o yuan.
Pequim tem agido continuamente para controlar as atividades relacionadas à criptografia, inclusive proibindo as bolsas de operar dentro de suas fronteiras desde 2017 e, mais recentemente, reprimindo a mineração de criptografia e forçando as empresas a mudarem seus computadores para outros lugares. Mas as pessoas no país continuaram a encontrar maneiras de negociar bitcoin e outras moedas digitais, muitas vezes por meio de transações facilitadas por plataformas que operam no exterior.
Em uma medida mirando tais plataformas, o Banco do Povo da China disse, neste mês, ser ilegal que bolsas estrangeiras atendam residentes do país através da internet. O órgão regulador também alertou seus funcionários sediados na China continental seriam investigados caso continuassem a anunciar ou oferecer serviços ligados a criptomoedas.
Em comunicado, o cofundador da Huobi, Du Jun, disse que uma parte não especificada dos usuários está na China continental, acrescentando que o fechamento de contas deve ter um impacto sobre a receita no curto prazo. Ele disse ainda que quase 70% dos negócios globais do grupo se dão em outros países e que essa parcela "aumenta continuamente".
A FTX, uma importante bolsa de derivados de criptografia sediada em Hong Kong, mudou recentemente sua sede para as Bahamas, um paraíso fiscal <i>offshore</i>.
Fundador e presidente-executivo da FTX, Sam Bankman-Fried disse no Twitter, no sábado, que as Bahamas são um dos poucos lugares com uma "estrutura compreensiva" para criptomoedas.
A postura dura da China em relação às criptomoedas não se aplica diretamente a Hong Kong, que tem sido um local ativo para a indústria. Mas a cidade está considerando suas próprias regras, incluindo a limitação potencial do negociação a investidores profissionais algo que a FTX já havia implementado preventivamente.