Economia

Bolsa de NY fecha em alta pela 2ª semana consecutiva, mas mostra queda em janeiro

A Bolsa de Nova York fechou em alta forte nesta sexta-feira, 29, acompanhando os mercados de ações da Ásia e da Europa, em reação à decisão do Banco do Japão (BoJ) de tornar sua taxa básica de juros negativa; outro fator positivo foi a nova alta dos preços do petróleo, que subiram pelo quarto dia consecutivo. A alta do índice S&P-500 foi a maior desde 8 de setembro. Mas, embora esta tenha sido a segunda semana consecutiva de ganhos, este mês foi o pior janeiro para o mercado de ações desde 2009.

Em decisão apertada de cinco votos a quatro, o BoJ rebaixou sua taxa de depósitos para território negativo pela primeira vez (de +0,1% para -0,1%). O prazo previsto para que a inflação suba para a meta de 2% foi adiado para o fim de 2017 e o programa de compras de bônus do BoJ foi mantido em 80 trilhões de ienes anuais. Em reação a essa decisão, a bolsa de Tóquio fechou em alta de 2,80% e o iene teve queda forte diante do dólar e das moedas europeias; na China, a bolsa de Xangai fechou em alta de 3,09%. A decisão do BoJ e a alta dos preços do petróleo também beneficiaram as bolsas europeias (Londres, +2,56%, e Frankfurt, +1,64%). Com a redução da aversão ao risco entre os investidores, os juros dos bônus governamentais japoneses, alemães e franceses caíram e o mesmo aconteceu com os títulos do Tesouro dos EUA.

Para muitos participantes do mercado, a decisão do BoJ contribuirá para que o Federal Reserve mantenha suas taxas de juro baixas por mais tempo, o que seria positivo para as ações. Além do BoJ, o Banco Central Europeu (BCE) e os bancos centrais de Suíça, Suécia e Dinamarca também estão com taxas de juro negativas. Ken Ford, da Warwick Valley Financial Advisors, lembrou que a decisão do BoJ coloca em destaque a debilidade da economia global e acentua a divergência entre a trajetória da política monetária do Fed e as de outros bancos centrais importantes. Com isso, disse Ford, torna-se praticamente impossível que o Fed continue a apertar a política monetária neste ano.

Randy Frederick, diretor do Schwab Center for Financial Research, atribui a queda do mercado de ações em janeiro à decisão do Fed de elevar suas taxas de juro em dezembro; ele disse que a decisão do BoJ e o indicador “sem brilho” do PIB dos EUA no quarto trimestre, divulgado hoje, poderão levar o Fed a adiar novos apertos monetários. “Os dados mostram que a economia está mais fraca e dão uma razão a mais para o Fed adiar uma nova elevação das taxas de juro”, acrescentou.

O PIB teve uma taxa anualizada de crescimento de 0,7% no quarto trimestre de 2015, em comparação com o terceiro trimestre, após uma expansão anualizada de 2,0% no terceiro trimestre e de 3,9% no segundo trimestre. A expectativa dos economistas era levemente maior, de 0,8%. Em comparação com o mesmo período de 2014, o PIB cresceu 1,8% no quarto trimestre, depois de uma expansão de 2,1% no terceiro trimestre. No ano de 2015, o crescimento do PIB foi de 2,4%, repetindo o desempenho do ano anterior. Os dados são preliminares e terão duas revisões, em 26 de fevereiro e em 25 de março.

O custo da mão de obra subiu 0,6% no quarto trimestre de 2015, em linha com a expectativa dos economistas, com elevação de 2,0% em relação ao mesmo período de 2014. Segundo o Departamento do Trabalho, os salários subiram 0,6%e os benefícios subiram 0,7% em relação ao terceiro trimestre, com altas de 2,1%e de 1,7%, respectivamente, em relação ao quarto trimestre de 2014.

O índice de atividade regional dos gerentes de compras de Chicago (PMI), do Instituto para Gestão de Oferta (ISM), saltou para 55,6 em janeiro, de 42,9 em setembro, enquanto os economistas previam 46,0. A alta de 12,7 pontos é a maior de todos os tempos. O componente do índice com o melhor desempenho foi o de novas encomendas, que subiu a 58,8 em janeiro, de 29,4 em dezembro.

O índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan recuou para 92,0 em janeiro, de 92,6 em dezembro e 98,1 em janeiro do ano passado. Economistas previam que ele subisse para 93,0. O índice que mede o sentimento dos consumidores sobre as condições atuais da economia recuou para 106,4 em janeiro, de 108,1 em dezembro e 109,3 em janeiro de 2014; o índice de expectativa ficou em 82,7 em janeiro, mesmo nível de dezembro, mas abaixo dos 91,0 de janeiro do ano passado.

Todos os dez setores componentes do índice S&P-500 fecharam em alta, seis deles com ganhos de 2% ou mais. Os setores com as maiores altas foram o de tecnologia (+3,60%), o de materiais (+2,89%), o financeiro (+2,88%) e o de tecnologia (+2,62%).

Todas as componentes do Dow Jones fecharam em alta; as ações que mais subiram foram as de empresas que divulgaram resultados do quarto trimestre ontem após o fechamento do mercado, Microsoft (+5,83%) e Visa (+7,44%).

Entre as ações de empresas que divulgaram balanços, outros destaques foram Amazon.com (-7,61%), American Airlines (+2,23%), Chevron (+0,64%), Colgate-Palmolive (+3,86%), Consol Energy (+17,63%), Honeywell (+5,34%), MasterCard (+6,71%) e Whirlpool (+1,80%).

O índice Dow Jones fechou em alta de 396,66 pontos (2,47%), em 16.466,30 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 107,27 pontos (2,38%), em 4.613,95 pontos. O S&P-500 fechou em alta de 46,88 pontos (2,48%), em 1.940,24 pontos.

Na semana, o Dow acumulou uma alta de 2,32%, o Nasdaq ganhou 0,50% e o S&P-500 avançou 1,75%. No mês de janeiro, o Dow acumulou uma queda de 5,50% (pior mês desde agosto), o Nasdaq caiu 7,86% (pior mês desde maio de 2010) e o S&P-500 perdeu 5,07%. Fonte: Dow Jones Newswires

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