Em quarto avanço consecutivo, o Ibovespa fechou pouco abaixo da linha de 123 mil pontos, após tê-la mantido em boa parte da tarde, apesar da falta de sinal único em Nova York. Nesta terça-feira, o índice da B3 encerrou pouco acima da estabilidade, em leve alta de 0,03%, aos 122.979,96 pontos, entre mínima de 122.549,79 e máxima de 123.543,68 pontos, o maior nível intradia desde 14 de janeiro, quando foi aos 123.896,35 pontos durante aquela sessão. Na semana, o Ibovespa avança 0,90% e, no mês, 3,44% – no ano, os ganhos chegam agora a 3,33%. O giro da sessão foi de R$ 31,0 bilhões.
Além da falta de bom sinal em Nova York, o dia foi negativo também para as cotações do petróleo, em baixa pouco acima de 1% no fechamento, pressionado por relato da <i>BBC</i> de que um acordo nuclear com o Irã será selado na quarta-feira. "Se o Irã obtiver rapidamente a conformidade nuclear, os mercados poderão ver mais oferta em meados do verão (do hemisfério norte)", observa em nota o analista Edward Moya, da corretora OANDA, em Nova York.
Devolvendo parcialmente os ganhos da segunda-feira, Petrobras PN e ON encerraram nesta terça respectivamente em baixa de 1,16% e 1,31%.
Mais uma vez, a sessão foi positiva para mineração (Vale ON +1,00%) e siderurgia (CSN ON +1,65%) e para a maioria das ações de bancos (BB ON +1,39%, Bradesco PN +1,60%). Na ponta do Ibovespa, Cielo fechou em alta de 4,35%, Eletrobras ON, de 3,03%, e Totvs, de 2,60%. No lado oposto, Eztec cedeu 4,79%, Braskem, 3,65%, e Minerva, 3,56%.
Destaque positivo para as ações de Eletrobras (PNB +2,32%), com a indicação pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que a votação de MP sobre a privatização da empresa, prevista para esta terça, será pautada para quarta-feira, após debate do relator com todas as lideranças e bancadas.
"A queda do setor de construção, após relatório pessimista do Credit Suisse quanto ao rumo do segmento neste ano – e, por consequência, rebaixando a recomendação para as ações -, ajuda a explicar o fato do Ibovespa ter perdido força ao teste de 123 mil pontos", observa Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.
Por outro lado, no aspecto gráfico, ao romper a resistência imediata em 122.960 pontos, o Ibovespa pode confirmar "um novo pivot de alta e buscar a máxima histórica como primeiro objetivo em 125.320 pontos", observa Igor Graminhani, analista técnico da Genial Investimentos, chamando atenção para a "tendência de alta no curto e no médio prazo, com formação de topos e fundos ascendentes". No lado contrário, ele localiza o próximo suporte aos 119.460 pontos.
"A Bolsa tem sido favorecida por uma combinação de notícias e fatos positivos, que vão do avanço acumulado pelas commodities nos últimos 30 dias à melhora das projeções para o PIB do Brasil desde o último IBC-Br, inclusive por casas estrangeiras, como Credit Suisse, Goldman Sachs, Morgan Stanley e UBS. Muita atenção para amanhã, dia em que haverá o depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello à CPI da Covid e, especialmente, a ata do Fed, com o mercado em busca de eventual sinal sobre a possibilidade de elevação de juros nos Estados Unidos antes de 2023", diz Rodrigo Friedrich, sócio e head de renda variável da Renova Invest.