Estadão

Bolsa: Ibovespa ignora NY e renova máxima a 125,3 mil pontos, com setor de commodities e varejo

A sensação de que o ataque de Israel ao Irã na manhã desta sexta, noite de quinta-feira no Brasil, foi algo pontual e após recentes quedas, o Ibovespa avança. A alta ocorre apesar da queda da maioria dos índices de ações de Nova York e em dia de agenda esvaziada de indicadores, com os investidores focados ainda em notícias corporativas e à espera de falas de dirigentes de vários bancos centrais, nos EUA, inclusive do presidente brasileiro Roberto Campos Neto.

Por ora, o petróleo opera com volatilidade, depois de subir mais de 4% ontem à noite, pós relatos de que explosões foram registradas perto do aeroporto da cidade iraniana de Isfahan, na região central do Irã.

Por volta das 11 horas, o Ibovespa tocou a marca dos 125 mil pontos e tentar manter-se neste nível apesar da volatilidade das bolsas americanas. Após cederem, as ações de mineradoras e siderúrgicas passaram a subir, dando fôlego ao Índice Bovespa. Outra força vem dos papéis da Petrobras, com os investidores à espera da reunião do conselho de administração da estatal nesta sexta. Além disso, os papéis de algumas varejistas sobem na esteira da queda dos juros futuros e após anúncio da fusão entre a Petz e a Cobasi, o que acaba por gerar fluxo para a Bolsa.

Na avaliação de Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, a tentativa de calmaria em alguns mercados reflete o entendimento de que o ataque de Israel ao Irã foi algo muito mais midiático do que concreto.

"Esse alívio pontual na tensão e o preço do petróleo se acomodando são bons fatores para a Petrobras, que pode ficar menos pressionada para reajustar seus preços de combustíveis, dada a elevada defasagem em relação ao exterior", avalia Moreira.

Os investidores ainda monitoram se a reunião do conselho de administração da Petrobras, para ver se haverá debate de questões como a permanência ou não do seu presidente, diz o sócio da One Investimentos. Um dos focos do encontro, pelo menos esperado pelo mercado, é o debate sobre o dividendo extraordinário da estatal, que foi retido. No entanto, presidente da Petrobras, Jean Prates, disse que o assunto não está na pauta.

Fica ainda no radar o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, após seus comentários duros, sugerindo redução no ritmo de queda da Selic para 0,25 ponto porcentual já em maio. Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também será monitorado, após antecipar o seu retorno dos EUA para o Brasil ontem para focar na agenda do Congresso.

Às 11h29, o Ibovespa subia 0,92%, aos 125.355,11 pontos, na máxima, depois de abrir aos 124.196,61 pontos, com variação zero. Petrobrás avançava entre 1,93% (PN) e 2,36% (ON). Vale subia 0,29%. Petz subia 38% e CVC ON, 6,67%, liderando as altas.

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