Bolsa reage no fim e fecha em leve alta de 0,12%, a 115.528,04 pontos, com OMS

O Ibovespa teve mais um dia de queda aguda logo na abertura, quando saiu dos 115 mil em busca dos 113 mil pontos, passando a ajustes graduais ao longo do dia, que chegaram a colocá-lo na faixa dos 112 mil no início da tarde, com mínima a 112.825,49 pontos. Ao final, o principal índice da B3 neutralizou a correção para fechar em leve alta de 0,12%, aos 115.528,04 pontos, na máxima do dia. Na semana, o Ibovespa acumula perda de 2,41%, com ajuste negativo a 0,10% no mês. O giro financeiro totalizou R$ 24,8 bilhões.

Durante entrevista coletiva de autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ibovespa conseguiu recuperar a linha dos 114 mil pontos com a melhora de sentimento no exterior, na medida em que a comunicação da OMS veio em linha, em certo momento até melhor do que o mercado antecipava.

A OMS reiterou elogio às "medidas extraordinárias" adotadas pela China para conter o coronavírus e, conforme esperado, declarou estado de emergência global de saúde pública. Mais importante para os investidores foi a referência explícita feita pela OMS, que contribuiu em alguma medida para mitigar temores sobre a economia global. "Nos opomos a qualquer restrição de viagens e comércio contra a China", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, às 16h47 daqui, quando o Ibovespa, acompanhando o exterior, iniciou recuperação em direção à leve alta do encerramento.

Apesar do alívio perto do fim do dia, "a pressão de vendas no mercado de ações deve prosseguir até que se tenha um sinal mais claro sobre a contenção do vírus e em que extensão a demanda global será afetada", diz Márcio Gomes, analista da Necton. Com Nova York limitando as perdas durante e após a coletiva da OMS, para fechar o dia em alta de até 0,43% (Dow Jones), o Ibovespa se distanciou das mínimas, recuperando ao final a linha de 115 mil, que havia sido abandonada logo na abertura.

Na última quinta-feira, o índice renovou máxima histórica, a 119.527,63 pontos, e a partir do dia seguinte passou a sofrer correção, premido pelos temores globais em torno do coronavírus. A avaliação geral entre analistas é de que os ativos de risco continuarão aos sobressaltos enquanto não houver maior grau de clareza quanto aos efeitos não apenas sobre a economia da China, já afetada pelo prolongamento do feriado do Ano Novo Lunar, mas também sobre a economia mundial.

Ações de empresas com forte geração de receitas no exterior e em certos casos exposição à China, de segmentos como carne e papel e celulose, estiveram entre as perdedoras do dia, enquanto o de siderurgia conseguiu reverter perdas e fechar em alta – destaque para Gerdau PN (+2,98%). A ação da Marfrig fechou em baixa de 2,52%, mas ainda acumula ganho de 8,63% no ano, estendendo desempenho positivo de dezembro, quando era impulsionada exatamente pela demanda chinesa. JBS ON, outro caso de exposição à China, cedeu hoje 1,61%, ainda preservando alta de 4,46% em janeiro.

Apesar de novas perdas acentuadas nos preços do petróleo, em meio à incerteza sobre a demanda da China, grande consumidora de commodities, as ações da Petrobras resistiram bem, ante fechamento do Brent para abril a -2,68% na sessão. Petrobras ON reverteu o sinal e fechou em alta de 2,08%, com a PN a +0,31%. Já muito descontadas, as ações de bancos, segmento com peso de 24% no Ibovespa, também tiveram reação positiva na parte final do dia, com Bradesco PN em alta de 1,00% e Itaú Unibanco, de 1,46%, revertendo perdas moderadas no pregão.

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