Estadão

Bolsa tem alta de 1,17%, a 124.031,62 pontos, 2º melhor fechamento da história

Em sessão com poucos catalisadores além do dia positivo em Nova York, o Ibovespa obteve o segundo melhor nível histórico de fechamento, agora na marca de 124 mil pontos, cada vez mais perto de reencontrar o recorde de 125 mil pontos, de 8 de janeiro passado. Nesta segunda-feira, após duas sessões em que permaneceu perto da estabilidade (-0,09% e +0,05%), o índice da B3 fechou em alta de 1,17%, a 124.031,62 pontos, entre mínima de 122.525,51 e máxima de 124.167,01, com abertura a 122.592,14 pontos. O giro financeiro foi de R$ 29,4 bilhões – no mês, o Ibovespa sobe 4,32% e, no ano, 4,21%.

Na máxima desta segunda-feira, o Ibovespa foi ao maior nível intradia desde 12 de janeiro (124.584,33 pontos) e atingiu a maior pontuação de fechamento desde o recorde de 8 do mesmo mês (125.076,63 pontos).

"Não houve uma grande notícia que explicasse essa recuperação, não antecipada antes da abertura e que basicamente refletiu o avanço do índice de tecnologia em Nova York (Nasdaq), que até o meio do mês vinha em modo sell in May and go away . Ainda não se tem perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos, então ocorre esta volta, reaproximando o Nasdaq dos 14 mil pontos", diz Rodrigo Knudsen, gestor da Vítreo.

Ele chama atenção também para o noticiário corporativo doméstico, especialmente o de "M&A", de fusões e aquisições, como o recente sobre BRF e Marfrig, algo que sempre contribui para esquentar o mercado.

A relativa descompressão observada em alguns preços de commodities, especialmente o do minério de ferro, contribui para moderar a preocupação com a inflação global, acrescenta Knudsen. "Os retornos das T-notes de 10 anos estão ali por 1,60%: não é 1,70%, mas também não está tão baixo quanto 1,40%. Esta alta de hoje do Ibovespa não deixa de surpreender. Não há um motivo muito aparente para tudo isso, mas abre caminho para o índice buscar os 125 mil, quem sabe nesta semana."

Por outro lado, a expectativa por uma terceira onda de covid no Brasil, com a aproximação do inverno e a flexibilização das medidas de distanciamento social, recoloca no radar dos investidores a possibilidade de extensão do auxílio emergencial – fator que contribui para impulsionar o consumo, por um lado, mas mantém acesa a preocupação com a situação fiscal, por outro.

Assim, beneficiadas pela possibilidade de injeção de mais liquidez na economia doméstica, as ações do setor de varejo estiveram entre as vencedoras do dia, com destaque para Magazine Luiza (+7,93%), segunda maior alta do Ibovespa na sessão, superada apenas por Banco Inter (+24,83%), cuja ação foi impulsionada por proposta da Stone para ingresso na base acionária da empresa, apontam em nota os analistas Heloise Sanchez e Régis Chinchila, da Terra Investimentos.

Com ganho superior a 3% para o petróleo Brent e WTI nesta segunda-feira, Petrobras PN e ON fecharam respectivamente em alta de 1,70% e 1,02%, à frente de Vale ON, que saiu do vermelho para o azul durante a sessão, em alta de 0,35% no fechamento, contribuindo para dar mais dinamismo ao Ibovespa, em dia ainda negativo para o setor de siderurgia (Gerdau PN -2,89%, CSN -1,03%) ante o prosseguimento da correção do minério de ferro na China, que recuou mais de 4% neste início de semana.

Além de Vale ON, a virada observada em parte das ações de bancos, ainda que moderada, contribuiu para que o Ibovespa ganhasse fôlego a partir do meio da tarde, embora o movimento tenha sido parcialmente devolvido no fechamento. Destaque para alta de 0,49% em BB ON e de 0,36% em Bradesco ON, com Itaú PN (-0,27%) e Unit do Santander (-0,73%) ainda em baixa no encerramento da sessão.

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