Economia

Bolsas caem em NY em meio a temor com redução de estímulos do BCE e juro nos EUA

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta terça-feira, 4, em meio a preocupações com relatos de que as autoridades do Banco Central Europeu (BCE) entraram em um consenso para reduzir as compras de títulos antes do previsto e a possibilidade cada vez maior de o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) aumentar os juros neste ano. Além disso, as projeções econômicas sobre a economia dos EUA reduzidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e o dólar alto pesaram nas negociações. O desenvolvimento da situação do Deutsche Bank também esteve no foco do mercado, que aguarda por novidades em torno da multa que o banco deverá pagar ao Departamento de Justiça dos EUA.

O índice Dow Jones caiu 0,47%, aos 18.168,45 pontos, o Nasdaq recuou 0,21%, aos 5.289,66 pontos, e o S&P 500 desvalorizou 0,50%, aos 2.150,49 pontos.

De acordo com uma informação divulgada pela Bloomberg, o BCE deverá reduzir as compras de títulos antes de terminar o programa de flexibilização quantitativa (QE, na sigla em inglês), em março de 2017, com diminuição de 10 bilhões de euros (US$ 11,2 bilhões) por mês, de acordo com autoridades do banco central. De acordo com a fonte, que não pôde ser identificada por causa das informações confidenciais, as autoridades não excluíram a possibilidade de uma extensão do fim do programa que, atualmente, compra 80 bilhões de euros em títulos por mês.

“Talvez, hoje tenha sido um dia em que os investidores começaram a se preparar para um aumento de juros e a especular que o BCE não vai estender o programa para depois de março”, disse Mark Kepner, diretor de vendas e negócios da Themis Trading.

Hoje, mais um indicador positivo dos EUA ajudou a reforçar o argumento de que o Fed deverá elevar os juros neste ano. O índice de condições empresariais da cidade de Nova York avançou de 47,5 em agosto para 49,6 em setembro, informou a divisão de Nova York do Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês). O dado contribuiu para o movimento altista do dólar, que acabou pensando nas empresas exportadoras.

Além disso, O presidente do Federal Reserve de Richmond, Jeffrey Lacker, reiterou que deseja ver uma elevação nos juros pelo banco central dos Estados Unidos. Segundo ele, um aperto monetário preventivo do Fed pode manter as pressões inflacionárias sob controle. Nesse contexto, Lacker avaliou que há um “argumento forte” para elevar a taxa de juros acima do nível atual. Apesar de ele não votar nas reuniões de política monetária deste ano, seu discurso reforça ao da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, que reiterou ontem seu pedido para que o banco central dos EUA eleve a taxa de juros em breve. Ela tem direito a voto.

“O sentimento geral no mercado é que o Fed elevará as taxas de juros mais cedo ou mais tarde”, disse Ted Weisberg, um operador da Securities Seaport. Esta percepção contribuiu para os ganhos das ações de bancos. O Bank of America terminou com alta de 1,09% e o JPMorgan subiu 0,86%.

Ao mesmo tempo que os EUA caminham para elevar os juros, as projeções econômicas para o país não são das melhores. Hoje, o FMI reduziu as estimativas de expansão da economia americana de 2,2% para 1,6% em 2016 e de 2,5% para 2,2% em 2017.

Entre os destaques de baixa, os papéis da ExxonMobil caíram 0,92%, os da Chevron perderam 1,18% e os da IBM recuaram 0,73%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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