As bolsas da Europa exibem queda moderada na manhã desta quinta-feira, 21, depois que o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, engrossou o coro de dirigentes de BCs que buscam esfriar o otimismo de investidores por relaxamento monetário agressivo nas economias desenvolvidas.
Por volta das 6h30 (de Brasília), o índice Stoxx 600, que reúne as principais ações da região, recuava 0,35%, aos 476,27 pontos.
Em entrevista ao jornal espanhol <i>20 minutos</i>, Guindos admitiu que os dados mais recentes vieram "farováveis" ao objetivo de estabilizar a inflação na meta de 2%, mas avisou que ainda é "muito cedo" para discutir cortes de juros.
O comentário é o mais recente em uma crescente lista de dirigentes que reagem à precificação do mercado não só no continente europeu, mas também nos Estados Unidos. Ontem, o presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na Filadélfia, Patrick Harker, reiterou o compromisso em manter a taxa básica restritiva por um período prolongado.
Ainda assim, investidores insistem em projetar um acentuado afrouxamento em 2024, o que contribuiu para a recente retração dos rendimentos de títulos soberanos. Hoje, os retornos dos bônus europeus estendem o movimento de queda, após a União Europeia fechar acordo fiscal para tentar conter a dívida pública e o déficit. As normas são mais lenientes do que defendiam os países mais conservadores do ponto de vista das contas públicas.
Para o Danske Bank, a tendência é de que a reforma se traduza em uma postura mais apertada da política fiscal. "Entre os países maiores, isto afetará especialmente os planos de despesas em França, Itália e Bélgica", prevê.
No Reino Unido, o governo informou hoje que o déficit fiscal cresceu mais que o esperado em novembro, em um desdobramento que pode limitar os planos do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, de adotar cortes de impostos antes das eleições gerais do ano que vem.
No mercado francês, a ação da Casino recuava 2,21%, depois que o consórcio que lidera a reestruturação financeira da empresa reduziu a previsão para o Ebitda da companhia. A varejista francesa convocou para janeiro uma assembleia que votará os termos da reorganização da dívida.
Neste cenário, a Bolsa de Paris perdia 0,24%, enquanto Londres cedia 0,12% e Frankfurt baixava 0,32%. Os negócios em Milão caíam 0,18%, mas Lisboa aparecia em estabilidade.
No câmbio, o euro caía a US$ 1,0942 e a libra, a US$ 1,2630. O índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais fortes, caía 0,05%, a 102,359 pontos.