Economia

Bolsas da Europa caem com ponderação sobre ação conjunta contra a Síria

Os principais mercados acionários da Europa fecharam em queda na sessão desta segunda-feira, 16, apesar do forte sinal positivo visto nas praças americanas. A geopolítica continuou no foco, com a avaliação de que a ação militar conjunta de Estados Unidos, Reino Unido e França contra a Síria, na última sexta-feira, não deve levar a um conflito de maior escala com o envolvimento da Rússia, cujo governo é aliado ao regime de Bashar al-Assad em Damasco.

A efetividade da ofensiva foi ponto de discórdia ao longo do fim de semana. Enquanto o presidente americano, Donald Trump, declarou a “missão cumprida” – postura similar à adotada pelos chefes de governo em Londres e em Paris -, Moscou alegou que 70% dos mísseis lançados contra o país no Oriente Médio foram derrubados. Além disso, a Rússia levou o assunto ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), em uma demonstração de que não deve haver retaliação militar por ora.

Com a percepção de que uma guerra para além do território sírio não é iminente, as cotações do petróleo chegaram a cair mais de 1% durante os negócios europeus, penalizando ações do setor de energia.

O índice pan-europeu encerrou em baixa de 0,39%, aos 377,79 pontos.

Na bolsa de Londres, o FTSE 100 fechou com perda de 0,91%, aos 7.198,20 pontos. Com a cotação cadente do petróleo, as ações da BP cederam 1,58% e as da Royal Dutch Shell, 0,67%. O setor de matérias-primas também sofreu nesse pregão, como evidenciam as baixas das ações de Glencore (-0,91%), Rio Tinto (-1,45%) e Anglo American (-1,68%), em meio a temores de que a relação comercial entre os EUA e a China volte à pauta de investidores com o anúncio por Washington de novas barreiras tarifárias.

Além disso, repercutiram no noticiário corporativo relatos de que Martin Sorrell deixará o posto de executivo-chefe da WPP, o maior grupo de publicidade de mundo. Os papéis da empresa despencaram 6,48%.

Em Frankfurt, o DAX 30 recuou 0,41%, para os 12.391,41 pontos. Apesar de o Deutsche Bank (-0,85%) avaliar que a BMW “tem amplo espaço para surpreender o mercado positivamente” com seus resultados no primeiro trimestre, as ações da montadora perderam 0,73%, em um cenário de valorização do euro em relação ao dólar. Já os papéis da multinacional varejista Steinhoff, por sua vez, escorregaram 3,86%.

O CAC 40, da bolsa de Paris, encerrou em baixa de 0,04%, aos 5.312,96 pontos. As ações da Airbus cederam 0,06%, em meio à afirmação pelo Morgan Stanley de que a fabricante de aeronaves deve provavelmente acelerar a produção de aviões de fileira única de 60 para 63 por mês em 2019. As da petroleira Total resistiram à queda dos preços da commodity e terminaram o dia em alta de 0,09%.

Em Madri, o Ibex 35 encerrou em baixa de 0,01%, aos 9.766,10 pontos. Nesta praça, os papéis da petroleira Repsol caíram 0,77%.

Na bolsa de Milão, o FTSE MIB fechou em estabilidade, aos 23.329,31 pontos. As ações do Intesa Sanpaolo subiram 0,29% após o banco anunciar que recebeu uma oferta da agência sueca de dados de crédito Intrum Justitia para formar uma parceria estratégica no segmento de empréstimos sob risco de calote.

Já o PSI 20, da bolsa de Lisboa, caiu 0,61%, para os 5.453,97 pontos. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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