Economia

Bolsas da Europa caem com pressão do câmbio e incerteza política na Itália

As bolsas europeias fecharam em baixa na sessão desta segunda-feira, 26, com índices, que abriram no azul, migrando para o vermelho à medida que o otimismo com negociações para aplacar tensões no comércio global foi empurrado para o segundo plano pelas altas da libra e do euro ante o dólar, que prejudicaram ações de empresas exportadoras. O mercado acionário em Milão foi afetado ainda pelo risco de formação de um governo populista e eurocético na Itália, em uma eventual coligação do Movimento 5 Estrelas (M5S) com a Liga.

O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou o pregão em queda de 0,72%, aos 363,18 pontos.

Na bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou com recuo de 0,48%, para os 6.888,69 pontos. No noticiário local, destacaram-se um maior otimismo com as negociações do Brexit e a expectativa de que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) inicie um aperto de sua política monetária. Esses dois fatores deram suporte à alta da libra ante o dólar, o que pressionou as ações de empresas listadas no mercado acionário londrino com receitas vinculadas à exportação. É o caso da mineradora Glencore (-1,73%) e da multinacional Unilever (-1,06%).

Em Frankfurt, o DAX 30 encerrou com perda de 0,83%, aos 11.787,26 pontos. Contribuíram para o fechamento no vermelho as baixas dos papéis da Siemens (-1,04%), um dos que mais pesam sobre o principal composto de ações desta praça, da Bayer (-0,97%) e da Merck (-1,12%).

O FTSE-MIB, principal índice da Bolsa de Milão, fechou em queda de 1,24%, aos 22.011,76 pontos. Os relatos de que o Movimento 5 Estrelas e a Liga podem formar um governo após as eleições realizadas no início do mês semeou entre investidores temores com o risco do populismo para a economia e as contas públicas italianas. Além disso, voltou ao radar a possibilidade da saída da Itália da União Europeia, como prometido pelas duas siglas durante a campanha.

A incerteza política reforçou a ponta vendedora de títulos de 10 anos da dívida do governo da Itália, elevando o rendimento do papel de 1,880% na última sexta-feira para 1,911% hoje. Nas ações, destacaram-se as baixas de Telecom Italia (-1,40%), Enel (-1,34%) e Intesa Sanpaolo (-0,97%).

Em Paris, o CAC-40 fechou em queda de 0,57%, aos 5.066,28 pontos. Os papéis do Crédit Agricole perderam 0,19% e os da Société Générale cederam 0,67%.

Em Madri, o Ibex-35 registrou recuo de 0,13%, para os 9.381,00 pontos. No noticiário corporativo, houve o anúncio de que o Banco Popular, que pertence ao Santander, venderá sua fatia de 49% no WiZink Bank para a Varde Partners. As ações do Santander tiveram alta de 0,83% no pregão.

Já na bolsa de Lisboa, o PSI-20 encerrou o dia em baixa de 0,42%, aos 5.319,84 pontos.

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