As bolsas europeias operam em baixa de mais de 1% na manhã desta sexta-feira, 23, após uma rodada de dados de atividade (PMIs) fracos da região alimentar temores de recessão, enquanto investidores continuam digerindo recentes elevações de juros nos EUA e em várias partes da Europa.
Por volta das 6h50 (de Brasília), o índice acionário pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 1,56%, a 393,53 pontos.
PMIs preliminares da S&P Global mostraram hoje que as economias da zona do euro e do Reino Unido estão se contraindo no ritmo mais intenso em 20 meses, em meio a pressões inflacionárias resultantes da crise de energia deflagrada pela guerra da Rússia na Ucrânia. Na Alemanha, que sente com mais força os efeitos do conflito russo-ucraniano, a contração na atividade é a mais severa em 28 meses.
Os últimos números dos PMIs reforçam preocupações de que a economia global se encaminha para uma recessão, após uma série de bancos centrais subirem juros ao longo da semana. Na quarta-feira (21), o Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) elevou juros e sinalizou mais aumentos, em nova tentativa de conter a inflação persistente nos EUA. Com o mesmo propósito, os BCs da Inglaterra (BoE), da Suíça (SNB) e da Noruega (Norges Bank) elevaram juros ontem.
Em comentário sobre os PMIs, o economista da S&P Chris Williamson sinalizou que uma recessão na zona do euro é provável, uma vez que "empresas relatam piora das condições de negócios e intensificação de pressões de preços ligadas ao aumento dos custos de energia".
Nas próximas horas, a atenção vai se voltar para PMIs dos EUA e para um evento com dirigentes do Fed, incluindo seu presidente, Jerome Powell. Na decisão de juros desta semana, Powell indicou que o Fed pretende agir de forma agressiva para trazer a inflação de volta à meta oficial de 2%. Em agosto, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA foi de 8,3%.
Às 7h03 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 1,55%, a de Frankfurt recuava 1,36% e a de Paris cedia 1,02%. Já as de Milão e Madri tinham perdas de 1,66% e 1,48%, respectivamente. A de Lisboa tinha queda ainda mais expressiva, de 2,64%.
*Com informações da Dow Jones Newswires