Guiados por indicadores da atividade econômica na zona do euro, os mercados acionários europeus encerraram o pregão desta quinta-feira, 11, sem direção única. O índice pan-europeu Stoxx-600 fechou em baixa de 0,30% (-1,19 ponto), aos 397,41 pontos.
A tendência de baixa vista na quarta-feira foi dissipada. A desculpa para a realização, vinda da notícia de que a China pretende reduzir a quantidade de compra de títulos do Tesouro americano, foi desmentida por autoridades do país na madrugada desta quinta-feira. Com isso, os agentes se atentaram à atividade da economia europeia.
A ata da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) realizada em dezembro mostrou que os dirigentes da autoridade monetária avaliaram que as diretrizes da instituição podem mudar neste início de ano caso a economia da zona do euro continue em expansão. Não à toa, o euro foi às máximas com a notícia e os juros dos bônus europeus apresentaram forte avanço. O retorno do OAT francês de 10 anos saltou de 0,816% na quarta para 0,872% nesta quinta; já o yield do Bund alemão de 10 anos subiu de 0,477% para 0,516%.
Um dado que colabora com a visão de forte expansão da atividade europeia é a produção industrial da zona do euro, que foi divulgada na manhã desta quinta-feira. De acordo com a Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia, a produção industrial da região avançou 1,0% em novembro na comparação com o mês anterior, enquanto analistas previam expansão de 0,6%. Para a economista Jessica Hinds, da Capital Economics, o salto do indicador “aponta para um início promissor do setor industrial europeu em 2018”.
Na Alemanha, maior economia da zona do euro, a leitura preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) indicou crescimento de 2,2%, resultado ligeiramente abaixo das previsões, que apostavam em alta de 2,3%, mas que mostra aceleração quanto à expansão de 1,9% em 2016. Na avaliação do economista-chefe da Pantheon para zona do euro, Claus Vistesen, os dados revisados devem mostrar expansão ainda maior, de 2,6%.
O número abaixo do esperado do PIB anual e a sinalização do BCE, considerada “hawkish” (a favor da retirada de estímulos monetários) pelos mercados, fizeram com que o índice DAX, da bolsa de Frankfurt, fechasse em queda de 0,59%, aos 13.202,90 pontos. A subida do euro diante do dólar acabou por influenciar ações de exportadoras: entre as montadoras, a Daimler caiu 0,73%, a BMW perdeu 0,79% e a Volkswagen cedeu 0,22%.
Em solo francês, a atividade econômica também teve forte avanço, com destaque para o último trimestre de 2017. Com base em indicadores divulgados em dezembro, o Banco da França elevou a previsão de crescimento do PIB do país de 0,5% para 0,6% no quarto trimestre na comparação com o terceiro. Apesar disso, o BCE falou mais alto do que o Banco da França nos mercados acionários e, na bolsa de Paris, o índice CAC-40 fechou em baixa de 0,29%, aos 5.488,55 pontos.
Em Londres, o índice FTSE-100 fechou em alta de 0,19%, aos 7.762,94 pontos, a quinta máxima histórica do ano. No Reino Unido, um dos principais defensores da saída britânica da União Europeia (Brexit), o deputado Nigel Farage, cogitou a possibilidade de se realizar uma segunda consulta pública no país sobre o tema. No passado, essa hipótese já havia sido descartada pela primeira-ministra, Theresa May, após defensores da continuidade no bloco terem alertado que o resultado de agora poderia ser diferente.
O índice FTSE-MIB, da bolsa de Milão, fechou em alta de 0,64%, aos 23.305,26 pontos, ajudado por ações de bancos, que acreditam em um aperto mais rápido por parte do BCE. O Banco BPM subiu 1,19% e o UniCreidt avançou 1,82%.
Em Madri, o índice Ibex-35 ganhou 0,07%, aos 10.435,20 pontos, enquanto o índice PSI-20, da bolsa de Lisboa, encerrou o dia em queda de 0,24%, aos 5.644,26 pontos.