As principais bolsas europeias fecharam com queda em torno de 2% nesta segunda-feira, 14. A escalada do conflito entre a Rússia e países ocidentais na região da Ucrânia pressionam os índices, enquanto investidores seguem monitorando as perspectivas de aperto monetário dos principais bancos centrais do mundo.
Nesta sessão, o Stoxx600, composto por centenas de empresas no continente, caiu 1,83%, a 460,96 pontos.
Analista-chefe de mercados na CMC Markets, Michael Hewson afirma que o fraco desempenho das bolsas da Europa nesta segunda resultam da "ressaca" das quedas vistas em Wall Street na última sexta-feira, em meio aos eventos recentes nas fronteiras da Ucrânia.
Durante o pregão, o DAX chegou a atingir o nível mais baixo desde outubro de 2021. No fechamento, a bolsa de Frankfurt caiu 2,02%, a 15.113,97 pontos, segundo dados preliminares, com Infineon (-3,30%), Volkswagen (-3,29%) e Deutsche Bank (-3,24%) liderando a queda.
Já em Londres, o FTSE 100 recuou 1,69%, a 7.531,59 pontos. As companhias aéreas, como o IAG (-5,63%), dono da British Airways, foram pressionadas pela possibilidade do conflito em território europeu. Os bancos também cederam, com Barclays (-5,11%) e Lloyds (-4,17%) no vermelho.
Na análise da Hewson, o recuo em tais papéis se deu após os ganhos recentes, além da inversão na curva de juros britânicos estar no radar.
As negociações sobre a crise na Ucrânia seguem no noticiário. Nesta segunda-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) garantiria a segurança de seu país, informou a <i>Rai</i>.
O G7, por sua vez, reforçou estar pronto para impor sanções à Moscou, em caso de invasão. Na sexta-feira, a Casa Branca projetou que Vladimir Putin pode agir nos próximos dias.
Em Paris, o CAC 40 fechou em baixa de 2,27% a 6.852,20 pontos, e em Milão, o FTSE MIB recuou 2,04%, a 26.415,41 pontos.
Nas praças ibéricas, o PSI 20 caiu 1,49%, a 5.507,66 pontos, e o IBEX 35, 2,55%, a 8.573,80 pontos, conforme dados preliminares.
Em relatório, a Capital Economics prevê que uma guerra na região da Ucrânia adicionaria até dois pontos porcentuais à inflação de países desenvolvidos, em especial os europeus.
Um quadro de conflito poderia levar os bancos centrais a optarem por um aperto monetário mais agressivo, enquanto os governos relaxariam sua política fiscal, afirma a consultoria.