As bolsas da Europa fecharam em alta nesta segunda-feira, 17, em dia de maior apetite por risco nos mercados internacionais. As movimentações políticas do Reino Unido ficaram em foco, com a decisão de reverter quase todos os cortes de impostos previstos pelo novo governo. Perspectivas de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) para política monetária e economia da zona do euro também ficaram no radar. Em Londres, o FTSE 100 fechou em alta de 0,90%, a 6920,24 pontos.
O recém-nomeado ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt, informou nesta segunda-feira que quase todos os cortes de impostos anunciados em 23 de setembro serão revertidos, uma vez que não seria "correto" aumentar o endividamento público do país.
Na avaliação da Capital Economics, a fala do secretário ajuda a reduzir a incerteza fiscal do Reino Unido, mas amplia as incertezas econômicas e deve manter a inflação elevada. Já a High Frequency Economics (HFE) prevê que o Reino Unido terá que realizar mais cortes no orçamento, apesar da reação positiva dos mercados e menciona desafios de orçamento com projeções de recessão na economia britânica.
Analista da CME Markets, Michael Hewson afirma que a queda acentuada no retorno dos Gilts, títulos públicos britânicos, forneceram impulso sólido para o FTSE 100, à medida que o índice de <i>blue chips</i> britânico busca reverter as quedas recentes.
Também nesta segunda-feira, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) confirmou o término do programa de compras de Gilts, como previsto. Reportagem da <i>Bloomberg</i> mostra que a autoridade monetária deve retomar as vendas de bônus corporativos na próxima semana.
As bolsas de Frankfurt e Paris acompanharam Londres, com o índice DAX fechando em alta de 1,70%, aos 12649,03, e com avanço de 1,83%, a 6040,66 pontos, pelo CAC40.
Ainda sobre política monetária, o economista-chefe do BCE, Philip Lane, deve propor novo aumento de juros de 75 pontos-base na reunião deste mês, no próximo dia 27, segundo fontes ao <i>Econostream</i>.
O vice-presidente da instituição Luis de Guindos reconheceu que é possível que o BCE revise para baixo suas projeções ao fim do ano, com a possibilidade de recessão técnica. Já o dirigente e presidente do BC da Finlândia, Olli Rehn, afirmou que o risco de estagflação na economia mundial aumentou.
Em Milão, o FTSE MIB subiu 1,86%, a 21319,73 pontos, enquanto nas praças ibéricas o PSI 20 teve alta de 1,61%, a 5425,88 pontos, e o Ibex 35 ganhou 2,34%, a 7555,45 pontos, conforme dados preliminares.
No radar, também estão planos da União Europeia sobre possível teto dinâmico aos preços de gás, diante de um mercado volátil. Autoridades do bloco se reúnem em Bruxelas ao fim desta semana.