Estadão

Bolsas da Europa fecham em baixa, após PMIs fracos reforçarem temores de recessão

As bolsas europeias recuaram nesta quinta-feira, sob pressão de indicadores que indicaram enfraquecimento da atividade econômica no Velho Continente. Os dados reforçaram temores de que a zona do euro e o Reino Unido entrem em recessão em breve, diante do aperto monetário, já iniciado pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e que deve começar no mês que vem no âmbito do Banco Central Europeu (BCE).

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,82%, aos 402,40 pontos.

Em Londres, o FTSE 100 baixou 0,97%, aos 7.020,45 pontos, seguida pelo recuo do parisiense CAC 40, de 0,56%, aos 5.883,33 pontos, e do milanês FTSE MIB, que cedeu 0,80%, aos 21.615,00 pontos.

Nas praças ibéricas, o madrilenho IBEX 35 caiu 0,48%, aos 8.106,40 pontos, e o lisboeta PSI 20 fechou estável, a 5.921,51 pontos.

A bolsa de Frankfurt teve queda mais acentuada, de 1,76%, aos 12.912,59 pontos, após o governo da Alemanha se aproximar da adoção de um racionamento de gás natural por conta dos cortes no fornecimento da commodity pela Rússia.

O principal driver do dia novamente foi temores de que as principais economias europeias entrem em recessão no futuro próximo. Índices de gerentes de compras da zona do euro, Alemanha e Reino Unido mostraram recuaram nas leituras preliminares de junho, aos níveis mais baixos em meses nos dois primeiros casos.

Para o Berenberg, a contração no Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro já é parte do cenário base. O banco alemão prevê que o bloco entrará em recessão antes dos EUA, uma vez que atingido com mais força pelo choque dos preços de energia do que a economia americana.

Já a Capital Economics prevê fraqueza nas ações dos mercados britânicos, em meio à desaceleração causada pelo aperto monetário do BoE. "A influência de taxas de juros mais altas e crescimento econômico mais fraco provavelmente significará que as ações no Reino Unido continuarão a cair até o final do próximo ano", avalia, antes de acrescentar que espera, porém, melhor desempenho do mercado acionário britânico em relação ao dos EUA.

Entre outros notícias acompanhadas pelo mercado, o banco italiano Banca Monte dei Paschi di Siena, o mais antigo do mundo, revelou planos de fazer um aumento de capital de 2,5 bilhões de euros, cortar milhares de empregos e fechar dezenas de agências, como parte de um plano de reestruturação que se estenderá até 2026. A ação da instituição fechou em baixa de 2,99% em Milão.

O setor financeiro também amargou fortes perdas em Frankfurt, com o Deutsche Bank (-12,19%) liderando as perdas do índice DAX. Já em Londres, os recuos foram puxados por mineradoras, como Antofagasta (-5,83%) e Anglo American (-4,55%), diante de jornada negativa para metais básicos.

<i>*Com informações de Dow Jones Newswires</i>

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