Economia

Bolsas da Europa fecham em baixa com perspectiva de aperto monetário

Os mercados acionários europeus fecharam majoritariamente em baixa nesta quinta-feira, 1º de fevereiro, à medida que investidores se atentaram à possibilidade de aperto por parte de grandes bancos centrais e a balanços corporativos. Com um cenário de juros mais elevados à vista, o índice pan-europeu Stoxx-600 fechou em queda de 0,50% (-1,97 ponto), aos 393,49 pontos.

A visão otimista do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para a economia dos Estados Unidos e para a inflação no país apoiou o dólar e os rendimentos dos títulos da dívida americana na quarta-feira. No entanto, a perspectiva de juros mais elevados nas economias centrais contribuiu para uma forte correção no ritmo de alta visto neste início de ano nas praças europeias.

O presidente do banco central da Áustria, Ewald Nowotny, que faz parte do conselho diretivo do Banco Central Europeu (BCE), afirmou nesta quinta-feira, pouco após o fechamento dos mercados em solo europeu, que o programa de compra de títulos da instituição precisa acabar. De acordo com o dirigente, o BCE deve decidir o futuro do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) até setembro e, somente após o fim do QE, uma elevação nos juros ocorreria na zona do euro.

A visão defendida por Nowotny, embora predominante nos mercados, contrastou com a avaliação do economista-chefe do BCE, Peter Praet, de que um amplo grau de estímulos ainda é necessário na região. Com esse pano de fundo, os rendimentos dos títulos europeus apresentou forte alta na região: o juro do Bund alemão de 10 anos subiu de 0,698% na quarta para 0,723% nesta quinta, enquanto o retorno do OAT francês de 10 anos avançou de 0,971% para 0,976%.

Nos mercados acionários, o movimento de aperto não foi bem visto. O índice DAX, da bolsa de Frankfurt, foi o que mais sofreu com o movimento, ao ceder 1,41%, aos 13.003,90 pontos. A Daimler fechou em baixa de 2,16%, após registrar receita abaixo do esperado, mesmo com lucro 45% maior no quarto trimestre do ano passado em relação ao mesmo período de 2016.

Em Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 0,57%, aos 7.490,39 pontos, enquanto o índice CAC-40 recuou 0,50%, aos 5.454,55 pontos. Já em Madri, o índice Ibex-35 cedeu 0,50%, aos 10.399,00 pontos, e, em Lisboa, o índice PSI-20 perdeu 1,00%, aos 5.606,88 pontos.

Já na bolsa de Milão, o índice FTSE-MIB destoou dos demais e fechou em alta de 0,15%, aos 23.541,46 pontos. Com a perspectiva de juros mais altos, bancos italianos reagiram positivamente: o Unicredit ganhou 0,14% e o Banca Mediolanum avançou 0,63%.

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