Estadão

Bolsas da Europa fecham em baixa, pressionadas por CPI britânico e queda de montadoras

As bolsas da Europa fecharam em queda nesta quarta-feira, 22, com destaque para Londres, que recuou observando a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido. No restante do continente, as baixas das montadoras chamou atenção, sendo pressionadas especialmente por uma possível elevação de tarifas na China para o setor.

O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,37%, a 521,04 pontos.

No Reino Unido, a inflação desacelerou significativamente em abril, para 2,3%, mas ficou acima do previsto, afetando esperanças de que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) comece a reduzir juros a partir de junho.

O ING não descarta a hipótese de um corte de juros pelo BoE no mês que vem, mas admite ser mais provável que a redução só venha em agosto. Neste cenário, os rendimentos dos Gilt britânicos operaram em alta firme nesta quarta-feira.

"A decepção pelo fato de a inflação no Reino Unido não ter atingido o ponto ideal prejudicou o FTSE 100, enquanto as quedas nos preços de algumas matérias-primas atingiram as ações dos setores energético e mineiro. A libra ganhou terreno acima de US$ 1,27 à medida que a leitura da inflação foi divulgada, o que afeta os lucros das multinacionais. O índice pode ter saído do seu rumo vencedor, mas ainda registra um ganho acima de 8% no acumulado do ano", aponta Susannah Streeter, chefe de mercados da Hargreaves Lansdown.

Ainda no noticiário local, circulam especulações de que o primeiro-ministro do país, Rishi Sunak, planeja convocar uma eleição geral para 4 julho, de acordo com a BBC.

A Anglo American recebeu uma terceira oferta de compra não solicitada da concorrente BHP, no valor de 39,24 bilhões de libras (US$ 49,87 bilhões), na segunda-feira, 20. Assim como as duas propostas anteriores, a gigante de mineração rejeitou a última oferta da BHP. As ações da primeira recuaram 0,17% em Londres, enquanto as das da BHP tombaram 4,16%. Na cidade, o FTSE 100 caiu 0,55%, a 8.370,33 pontos.

Montadoras tiveram importantes quedas, após especialista defender que a China eleve tarifas sobre importações de carros grandes a gasolina para 25%, em entrevista ao jornal chinês Global Times. A atual tarifa de importação da China para carros é de 15%.

A Câmara de Comércio da China para a UE disse que foi informada sobre a possível mudança. As taxas afetariam as montadoras europeias e americanas e teriam um impacto "significativo" nas relações com a UE acrescentou. Pela maior exposição ao mercado chinês, as empresas alemãs do setor tendem a ser mais afetadas.

Em Frankfurt, Volkswagen (-0,55%), Mercedes-Benz (-1,48%) e BMW (-1,84%) recuaram, e o DAX teve queda de 0,24%, a 18.682,11 pontos. Em Paris, o CAC 40 caiu 0,61%, a 8.092,11 pontos. Em Milão, o FTSE MIB recuou 0,41%, a 34.460,52 pontos. Em Madri, o Ibex35 teve queda de 0,06%, a 11.327,60 pontos. A exceção foi Lisboa, onde o PSI 20 subiu 0,65%, a 6.950,11 pontos.

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