Estadão

Bolsas da Europa fecham em baixa, puxada por ações ligadas a commodities

As bolsas europeias fecharam em queda nesta quarta-feira, 22, após dois pregões seguidos de alta nessa semana. Os recuos se concentraram em ações de empresas ligadas a commodities, como petroleiras e mineradoras. As praças no Velho Continente reduziram a queda após o mercado acionário em Nova York passar a operar em território positivo, em meio a comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell. O movimento, porém, não foi suficiente para apagar as perdas, e com isso o índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,70%, aos 405,74 pontos.

Em Londres, o FTSE 100 baixou 0,88%, aos 7.089,22 pontos. Mineradoras como Polymetal (-7,43%), Glencore (-6,89%) e Antofagasta (-6,43%) lideraram as perdas, seguidas de perto pelas petroleiras BHP e Shell, que caíram cerca de 4%.

No índice parisiense CAC 40 – que recuou 0,81%, aos 5.916,63 pontos – o cenário foi similar, com a ArcellorMittal (-9,56%) em destaque.

Em Frankfurt, o DAX fechou em queda de 1,11%, aos 13.144,28 pontos, e o milanês FTSE MIB caiu 1,36%, aos 21.788,57 pontos.

A fraqueza em ações ligadas a commodities reflete os temores do mercado sobre a eventual desaceleração da economia global em meio ao aperto monetário em economias desenvolvidas, como EUA, zona do euro e Reino Unido.

Nesta quarta, o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou o compromisso da entidade no combate à inflação e não descartou a possibilidade de recessão no país.

Pesa ainda sobre o petróleo a pressão feita pelo governo do presidente americano, Joe Biden, sobre o setor de energia. Segundo fontes ouvidas pela <i>Reuters</i>, a Casa Branca deverá pedir a suspensão temporária do imposto federal cobrado sobre a gasolina, equivalente a 18,4 centavos de dólar por galão, numa tentativa de reduzir os custos dos combustíveis.

Na seara monetária local, o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, previu que a inflação do bloco começará a desacelerar durante o verão europeu, e ressaltou que o aumento de juros pela entidade dependerá da trajetória dos preços nos próximos meses.

Entre indicadores, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido subiu 9,1% em maio de 2022 ante igual mês do ano anterior, acelerando em relação ao ganho anual de abril. Para o ING, o dado pode sustentar a postura do Banco da Inglaterra (BoE) de continuar elevando juros em 25 pontos-base, uma vez que a taxa veio quase em linha com as expectativas e o crescimento econômico dá sinais de enfraquecimento.

Já na zona do euro, o índice de confiança do consumidor medido pela Comissão Europeia recuou a -23,6 na leitura preliminar de junho, contrariando previsão de alta a -20,5.

Entre outras praças europeias, o índice madrilenho IBEX 35 caiu 1,10%, aos 8.145,40 pontos, e o lisboeta PSI 20 baixou 0,52%, aos 5.921,52 pontos.

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